FRATERNIDADE

Campanha da Fraternidade mira tráfico humano

Católicos querem levar luta contra problema social além do discurso, com ações de conscientização

Luciana Félix
luciana.felix@rac.com.br
09/03/2014 às 14:17.
Atualizado em 24/04/2022 às 15:06

A Campanha da Fraternidade deste ano lançada oficialmente na última quarta-feira, vai abordar o tema “Fraternidade e o Tráfico Humano”. Além de chamar a atenção para o antigo tema, mas ainda usual, a intenção é também combater o turismo sexual durante a Copa do Mundo que acontece nos meses de junho e julho deste ano.O coordenador da campanha em Campinas e diácono da Arquidiocese, João Vicente da Silva, afirmou que o tráfico humano ainda é um problema crescente no mundo. Silva alertou que existem no mundo 22 milhões de pessoas sendo exploradas de alguma forma atualmente. “Infelizmente ainda é muito atual e é uma forma de escravidão. A Igreja busca uma conscientização e uma mobilização para que as pessoas enxerguem o problema.” O diácono explicou que o tema focará quatro modalidades de tráfico: para a exploração do trabalho, exploração sexual com foco na Copa do Mundo, extração de órgãos e tráfico de crianças e adolescentes.“Todas essas explorações cerceiam a liberdade humana e não respeitam o indivíduo. Porque sabemos de muitos casos onde crianças são raptadas para serem vendidas em adoção. Temos também a exploração sexual que muito preocupa. Além da extração de órgãos. Em todos esses casos sempre tem alguém ganhando alguma coisa”, disse.Ele afirmou também que a preocupação com a Copa do Mundo se deve ao grande número de turistas estrangeiros que podem buscar a exploração sexual, inclusive de menores de idade. “Temos que alertar as comunidades para esse fato. Temos que estar atentos e alerta para denúncias”, disse. A igreja usaria a campanha para a conscientização e apoio de denúncias sobre possíveis casos de exploração sexual no País durante o evento que, segundo o Ministério do Turismo, deve trazer 600 mil turistas estrangeiros.Outra forma de exploração lembrada pelo diácono é quanto ao tráfico de trabalhadores. “Campinas vive muito isso na construção civil. Sabemos de dezenas de obras que utilizam mão de obra de trabalhadores das regiões Norte e Nordeste do País. Eles deixam sua terra para trabalhar aqui e acabam perdendo sua identidade. Essa mobilidade e migração expõe e deixa as pessoas mais vulneráveis. Ainda mais se elas são colocadas para morar em ambientes insalubres é uma preocupação grande”, alertou.O diácono explicou que a campanha acontece durante o período da Quaresma, que segue até o Domingo de Ramos, em abril. “Nesse tempo a Igreja vai procurar mobilizar a sociedade para identificar as práticas e modalidades de tráfico humano. Muitas vezes pode estar acontecendo do nosso lado. É preciso ficar em alerta. Além das causas do tráfico humano e identificar as pessoas que sofrem”, afirmou.O coordenador da campanha adiantou que no período ocorrerão palestras e mais divulgação da campanha. “A partir da identificação queremos denunciar as estruturas e organização desse tráfico. Vamos reivindicar ações dos poderes públicos, políticos e dos meios. Além disso queremos promover a reinserção na sociedade dessas pessoas atingidas pelo tráfico humano. Queremos promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico”, reafirmou.Todas as 92 paróquias que pertencem à Arquidiocese de Campinas estão promovendo a campanha que será divulgada também na Câmara Municipal em 13 de março. “Queremos inspirar os cristãos com a vida de Jesus. O que ele fazia para libertar as pessoas de todas as escravidões. Ele libertava o leproso, promovia a dignidade da mulher e olhava as crianças com olhos especiais. Queremos continuar essa obra para acolher os irmãos que estão reprimidos.”

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