Em Campinas, o lançamento da campanha, que completa 60 anos, ocorrerá na quarta-feira, em missa marcada para as 12h15 na Catedral Metropolitana
Fiéis participam de celebração na Catedral Metropolitana de Campinas: lançamento da Campanha da Fraternidade de 2024 será na quarta-feira, durante missa marcada para as 12h15 (Rodrigo Zanotto)
A Campanha da Fraternidade (CF), que em 2024 completa 60 anos em sua edição nacional, será lançada na quarta-feira (14) com o tema "Fraternidade e Amizade Social", que traz o lema "Vós sois todos irmãos e irmãs" e prega a fraternidade e a convivência pacífica entre todas as pessoas. Em Campinas, a abertura oficial será na missa das 12h15, na Catedral Metropolitana, em conjunto com celebração dos 97 anos do arcebispo emérito, Dom Gilberto Pereira Lopes.
O ato litúrgico terá a presença do homenageado; do arcebispo metropolitano, Dom João Inácio Müller; e do pároco da Catedral, padre Caio Augusto de Andrade. A oração e o cartaz da Campanha da Fraternidade, que traz pessoas de diferentes raças, idades e origens em torno de uma mesa de refeição, são inspirados pela Carta Encíclica Fratelli Tutti ("Todos Irmãos", em tradução livre), do papa Francisco, inspirada pela vida de São Francisco de Assis.
A Campanha da Fraternidade busca fazer um caminho em três perspectivas: incentivar as pessoas a verem as situações de inimizade que geram divisões, violência e destroem a dignidade dos filhos de Deus; impulsionar as pessoas a iluminar-se pelo Evangelho que as une como família; e a agir conforme a proposta quaresmal, de uma conversão constante, promovendo o esforço para uma mudança pessoal e comunitária. "Durante o tempo da Quaresma, a Igreja convoca os fiéis à oração intensa, para que toda a sua vida seja transformada", disse o padre Caio Andrade em vídeo publicado nas redes sociais da Catedral.
"A oração é uma comunicação entre Deus e a humanidade, não é um monólogo em que só uma parte tem a falar. É um diálogo cujas palavras fluem de um lado para o outro, revelando o mais profundo do seu emissor ao seu receptor", completou. A Missa das Cinzas realizada no início da Quaresma provem da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior, que é misturada com água benta. De acordo com a tradição, o celebrante da cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase "Lembrate que és pó e que ao pó voltarás" ou "Convertei-vos e crede no Evangelho".
SÍMBOLOS
O cartaz da Campanha da Fraternidade apresenta ao redor de uma de mesa indígenas, negros, brancos, homens, mulheres, gestante, crianças, jovens, cadeirante, adultos e idosos indicando a partilha do alimento e da vida simbolizando pelo pão, vinho e peixe. No meio da cena está o papa Francisco.
De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade tem como objetivos permanentes despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; e renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária. Segundo a entidade, todos devem evangelizar e sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja.
Segundo o secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília, Dom Ricardo Hoepers, "o tema e o lema da Campanha da Fraternidade 2024 refletem a preocupação do episcopado brasileiro em aprofundar a fraternidade como contraponto ao processo de divisão, ódio, guerras e indiferença que tem marcado a sociedade brasileira e o mundo". A iniciativa, dentro do caminho penitencial da Igreja, propõe também um convite de conversão à amizade social e ao reconhecimento da vontade de Deus de que todos sejam irmãos e irmãs.
+de nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal (RN), como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade do ser humano, dos filhos e filhas de Deus. Ela se tornou nacional em 1964, quando ganhou o caráter de ser uma expressão de comunhão, conversão e partilha. Segundo a CNBB, a comunhão é a busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida inspirada pelo Evangelho; e a partilha é tornar visível o Reino de Deus, que recorda a ação da fé, o esforço do amor e a constância na esperança em Cristo Jesus.
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