O tema da campanha Abril Azul 2025 promovida pela Administração Municipal é "Informação gera empatia, empatia gera respeito"; ação é composta por várias atividades (Adriano Rosa)
O mês de abril é dedicado à conscientização sobre o autismo, e a Prefeitura de Campinas está com várias atividades programadas com esse objetivo. A Campanha "Abril Azul 2025” teve início na última terça-feira, dia 2, Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, e o tema é "Informação gera empatia, empatia gera respeito".
Ao longo do mês, a campanha contará com uma programação diversificada, que inclui palestras, rodas de conversa, caminhadas, apresentações teatrais, sessões de cinema adaptadas, ações culturais e esportivas. Todas as atividades têm como objetivo ampliar a conscientização, fortalecer a rede de apoio e divulgar os direitos e os serviços públicos disponíveis às pessoas com autismo e suas famílias. A programação completa está disponível nos canais oficiais da Prefeitura. Um hotsite foi criado especialmente para a campanha e pode ser acessado em: https://www.campinas.sp.gov. br/sites/deptopessoacomdeficiencia/abril-azul.
As atividades tiveram início no Parque das Águas, no Parque Jambeiro, com uma programação voltada a crianças e adolescentes com autismo e suas famílias. O espaço foi cuidadosamente planejado para ser acolhedor e livre de estímulos sensoriais excessivos. Um dos destaques foi a participação da autora Michelly Gassmann, que realizou uma sessão de contação de histórias de seu livro "O Pinguim Azul".
Também foram oferecidos serviços pelo Centro de Referência da Pessoa com Deficiência, além de uma visita guiada ao Museu Interativo da Água, que fica no Centro de Conhecimento da Água.
Simultaneamente, a Associação para o Desenvolvimento dos Autistas em Campinas (Adacamp) realizou uma mobilização de conscientização no Centro da cidade, com concentração na Praça José Bonifácio, em frente à Catedral, reforçando o compromisso com a inclusão e o respeito às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A secretária municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, Vandecleya Moro, destacou a importância de respeitar as individualidades: "Cada pessoa autista é única. Ao compreendermos isso, deixamos de esperar adequações impossíveis e passamos a oferecer o suporte necessário para que elas se desenvolvam e vivam com dignidade", disse,
POLITICAS PÚBLICAS
A Prefeitura de Campinas desenvolve uma série de políticas públicas voltadas à promoção de direitos, inclusão e bem-estar das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de forma integrada entre diferentes secretarias. Na área de assistência social, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, são oferecidos serviços de orientação jurídica e social, além do acesso ao Cartão Bem Acessível.
O Centro de Referência da Pessoa com Deficiência (CRPD) atua como ponto de apoio para encaminhamentos, acolhimento e articulação de políticas públicas. A cidade também mantém parcerias com organizações especializadas, como Adacamp, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Associação Pestalozzi e do Programa de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Paica), garantindo atendimento especializado para pessoas com autismo.
Somente entre Adacamp e Pestalozzi, são disponibilizadas 210 vagas, sendo 120 exclusivas para TEA. Esses serviços oferecem terapias dirigidas ao desenvolvimento social, comportamental e comunicativo, além de programas de educação social e suporte continuado e personalizado.
Na Saúde, o atendimento à população com TEA é estruturado dentro da rede de Atenção Primária em Campinas, com o envolvimento de 68 Centros de Saúde (CSs) multiprofissionais. Essas unidades contam com equipes formadas por médicos de família, pediatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. O trabalho é orientado pelo Protocolo de Vigilância e Rastreio do Desenvolvimento Infantil, que permite o acompanhamento desde os primeiros anos de vida. Quando necessário, os pacientes são encaminhados a serviços especializados, como os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSij) e instituições parceiras como a Associação Pestalozzi.
Na área da Educação, a Secretaria Municipal de Educação atende neste momento 2.163 alunos da educação especial em suas 208 unidades. Deste total, 1.224 estudantes têm diagnóstico de TEA. Para garantir uma educação inclusiva e de qualidade, todas as escolas contam com professores especializados que acompanham os processos pedagógicos e de inclusão. Além disso, o transporte escolar adaptado é ofertado a 255 alunos com mobilidade reduzida, percepção alterada pelo TEA ou surdocegueira. Também é oferecido transporte diferenciado para a escola-polo bilíngue de surdos, que atualmente atende 71 estudantes.
No contraturno das aulas, os alunos têm acesso às chamadas salas de recursos multifuncionais, onde são desenvolvidas atividades pedagógicas complementares de forma individualizada. Atualmente, Campinas possui 32 dessas salas, distribuídas por todas as regiões da cidade.
DIAGNÓSTICO
Para o psicólogo Leandro Cunha, o diagnóstico de TEA, ainda que tardio, é fundamental no sentido de permitir que o indivíduo compreenda melhor suas características e dificuldades, facilitando o acesso a tratamentos e apoio adequados. "Isso pode melhorar significativamente a qualidade de vida do adulto, provendo bem-estar emocional e inclusão social - não só para ele, mas para as pessoas ao redor dele".
Segundo o especialista, alguns fatores contribuem para o diagnóstico tardio, sobretudo em adultos. "A criança apresenta a característica, em si, desde cedo, algo que é muito observado nos dias de hoje. Mas, nos adultos, trata-se da própria falta de conhecimento e de conscientização, tanto da própria pessoa como de quem está ao redor, além de crenças culturais que minimizam ou deixam um pouco de lado esses sinais". (Com Agência Brasil).
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