#FEVEREIROLARANJA

Campanha com bolas gigantes é alerta sobre leucemia

Sintomas se confundem com um resfriado comum e, na dúvida, procure atendimento médico

Da Redação
25/02/2021 às 14:06.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:20
Voluntária distribui folheto sobre a campanha de combate à leucemia: diagnóstico precoce aumenta as chances de cura do paciente (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

Voluntária distribui folheto sobre a campanha de combate à leucemia: diagnóstico precoce aumenta as chances de cura do paciente (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

Bolas gigantes estão sendo espalhadas por Campinas, Jaguariúna e Sumaré para alertar a população sobre a leucemia. Fazem alusão a glóbulos brancos, acometidos pela doença. A iniciativa faz parte da campanha nacional #FevereiroLaranja, promovida pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), que está sendo regionalizada pelo SOnHe - grupo médico que faz atendimento oncológico multidisciplinar no Hospital Santa Tereza, no Instituto do Radium e no Hospital Madre Theodora, em Campinas; além da Santa Casa, em Valinhos.

Para este ano, a estimativa é que o Brasil tenha 10.810 casos novos, sendo 5.920 de homens e 4.890 de mulheres, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). "O tratamento não foi impactado pela pandemia, mas, no caso das leucemias crônicas, alguns diagnósticos foram feitos mais tarde, por serem leucemias com pouco sintomas. Em geral, a pessoa demora a procurar auxílio médico. Mas, no caso de leucemias agudas, a necessidade de tratamento fez com que os pacientes continuassem o tratamento mesmo na pandemia", afirmou a hematologista Sonia Iantas.

"A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar a doença em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento", complementou.

O vendedor Fernando Machado Nunes, de 30 anos, descobriu que estava com leucemia linfóide aguda graças à insistência da mulher. Nunes ficou com febre por uma semana antes de procurar por um médico.

No começo, a suspeita era de covid-19, devido à febre. Mas, quando o exame descartou o coronavírus e o hemograma detectou plaquetas baixas, o câncer foi descoberto. "Eu raramente ficava doente e internado mesmo foi a primeira vez. Quando ficava doente, ia levando. E, se precisasse ir ao médico, saía de lá direto pro trabalho. Não dava importância à saúde", disse.

Mês que vem, ele fará um transplante de medula óssea. A doação será feita pelo irmão, que não é 100% compatível. O doador, que tinha 100% de compatibilidade, não fará mais a doação. "Não sabemos o que aconteceu, porque não é divulgado. Ele pode ter desistido, mas pode ter ficado doente, talvez com covid, sofrido um acidente. Não temos como saber".

Mas, Nunes está esperançoso. Fez quimioterapia por quatro meses e agradece por existir tratamento. "Fiquei 16 dias internado, mas tive poucas complicações, e para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) só fui uma vez". A doença foi descoberta em agosto do ano passado. O vendedor teve febre por uma semana, mas seguiu trabalhando, apenas tomando remédio para baixá-la e descansando, antes da mulher obrigá-lo a ir ao hospital.

Por causa da importância do diagnóstico precoce e do tratamento correto, o governo de São Paulo instituiu um mês inteiro dedicado ao combate à leucemia. A Lei 17.207/2019 foi sancionada pelo governador João Doria (PSDB), depois que o deputado estadual Thiago Auricchio (PL) criou um projeto 'Fevereiro Laranja'.

De acordo com a iniciativa, a campanha será realizada anualmente com ações educativas de conscientização, ressaltando a importância da doação de medula óssea. As atividades poderão contar com a cooperação da iniciativa privada, de entidades civis ou de organizações profissionais ou científicas que, a critério do governo paulista, possam prestar esclarecimentos e informações sobre a doença e suas formas de detecção e tratamento.

Quando identificada e tratada precocemente, a leucemia tem grandes chances de cura, chegando a 80% em adultos e jovens. Como os sintomas são facilmente confundidos com um resfriado comum, é preciso atenção em relação a febres, calafrios, fadiga, fraqueza persistente,nódulos linfáticos inchados e desconforto abdominal.

Vacina

Em relação à vacina contra a covid-19, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) orienta que, pacientes em tratamento por leucemias agudas poderão ser imunizados caso a taxa de leucócitos esteja normal. Orienta ainda que o ideal é que eles sejam vacinados antes de iniciar tratamento contra o câncer. Já em pacientes com uso de imunossupressores, as vacinas de vírus vivo atenuado devem ser evitadas. Nos casos de Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoide Crônica (LLC), a vacinação é recomenda para todos os pacientes, exceto aos que tiverem qualquer antecedente de reação alérgica vacinal.

O que é leucemia?

De acordo com o hematologista, Bruno Kosa Lino Duarte, do Grupo SOnHe, a leucemia é um câncer que ocorre devido a uma mutação genética. "A doença faz com que os glóbulos brancos percam a função de defesa e passem a se reproduzir desordenadamente".

A principal característica desse tipo de câncer é o acúmulo de células doentes na medula óssea. Existem mais de 12 tipos da doença.

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