Legislativo quer reajustar os vencimentos em 8,36%, acompanhando o índice do ICV-Dieese,
Rafa Zimbaldi, presidente da Câmara: obrigação de reduzir comissionados após parecer do TCE ( Leandro Ferreira/ AAN)
Em meio à greve que afeta os serviços na Prefeitura de Campinas por falta de acordo dos servidores com o governo do prefeito Jonas Donizette (PSB), a Câmara vota nesta quarta-feira o reajuste anual dos salários dos vereadores, da verba de gabinete e dos funcionários. O Legislativo vai reajustar os vencimentos em 8,36%, acompanhando o índice do ICV-Dieese. Uma manifestação foi organizada via redes sociais pelo grupo intitulado “Não ao aumento do salário dos vereadores de Campinas”. Na assembleia dos servidores da Prefeitura também houve convocação para ato na Câmara.O reajuste votado na Casa, segundo o presidente Rafa Zimbaldi (PP), é apenas a correção anual. Ainda não entrou em pauta a revisão dos salários dos parlamentares, bandeira antiga entre o grupo. Os legisladores alegam que seus vencimentos, hoje no valor de R$ 8,5 mil, são baixos em comparação a outras câmaras da região. Além dos salários, cada um dos 33 parlamentares também recebe uma verba de gabinete no valor de R$ 48 mil, para contratação de assessores. Esse valor também será corrigido.Segundo Zimbaldi, o reajuste veio de um acordo com o sindicato que representa os funcionários da Câmara. “Nós temos o nosso sindicato e o nosso acordo. Não existe relação alguma com o sindicato dos servidores da Prefeitura. Temos o direito de votar o nosso reajuste e dos nossos funcionários de maneira separada”, afirmou o pepista.Em mandato anteriores, a Câmara acompanhou o índice proposto pela Prefeitura após acordo com os sindicatos. “Os representantes dos funcionários da Câmara fizeram a sua campanha salarial. Os nossos reajuste é igual ao aplicado na Sanasa, na Emdec. Não entendo a razão de tanta polêmica. Por que a Câmara não pode reajustar? Corrigir a inflação”, afirmou o presidente.ManifestaçãoO movimento criado na internet que pretende protestar na Câmara não trata apenas do reajuste salarial. Eles também querem pressionar o Legislativo para que os vereadores derrubem o projeto de Campos Filho (DEM), para barrar o debate de gêneros nas escolas. Segundo o organizador do ato, em meio ao contexto de crise econômica, corte de gastos das áreas sociais, alta dos preços “os vereadores decidem votar do dia para a noite um reajuste de 8,36%”. Os organizadores também afirmam que parlamentares “privatizadores, machistas, homofóbicos e racistas não terão aumento!”Além da votação do reajuste dos salários, a Comissão de Educação da Câmara agendou uma reunião hoje para tratar do Plano Municipal de Educação, às 16h30h. Um ofício foi enviado aos parlamentares comunicando o agendamento de debate para tratar da proposta enviada pelo governo no início da semana.