Vereadores rejeitam requerimento para audiência, mas benefícios serão explicados em comissão
O presidente da Informática de Municípios Associados (IMA), Fábio Pagani, prestará esclarecimentos na Câmara de Campinas no próximo dia 11 sobre os benefícios que seriam concedidos a ele e a outros dois diretores na empresa pública, de até 55% de seus salários.
Os parlamentares também querem esclarecimentos sobre a declaração de Pagani dada ao Correio de que ele “formalizou” um pagamento que era feito informalmente nas outras gestões.
Além de Pagani, também prestará esclarecimentos na Casa o secretário de Administração Sílvio Bernardin, que falará sobre os recursos direcionados à ampliação da central de monitoramento da cidade e ao programa Segundo Tempo, que não foram aplicados nas gestões anteriores e culminou na obrigatoriedade do Executivo em devolver o dinheiro repassado.
Para evitar ter dois membros do primeiro escalão convocados para prestar esclarecimentos pela oposição, o líder de governo Rafa Zimbaldi (PP), manobrou e conseguiu fazer o requerimento de autoria de Paulo Bufalo (PSOL) ser rejeitado. Ele previa audiência aberta e presidida pelo opositor.
Pagani e Bernardin prestarão esclarecimentos no Legislativo, mas dentro de uma comissão com maioria da base governista, a de Administração Pública, presidida por Paulo Galterio (PSB). Ao defender a rejeição do requerimento, Zimbaldi afirmou que todos os vereadores podem questionar os secretários e tirar suas dúvidas.
“E o processo ainda ocorre de forma mais rápida. No caso do requerimento, o presidente da IMA e o secretário de Administração têm 30 dias para marcar a data. Dentro da comissão faremos isso de forma antecipada”, disse o líder de governo. Bernardin estará no Legislativo no próximo dia 10 e Pagani no dia 11, ambos às 9h30.
Bufalo chegou a considerar retirar seu requerimento de pauta, mas disse que só faria isso no caso dos parlamentares assinarem seu requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as supostas irregularidades cometidas na IMA nas gestões anteriores. O documento conta até agora com cinco assinaturas.
O Correio mostrou na última semana que a diretoria da IMA, composta por três integrantes, baixou uma norma que criava um pacote de benefícios que chegavam a dobrar seus salários com pelo menos sete itens, que iam desde o pagamento de auxílio-moradia até reembolso de previdência privada, ressarcimento de gastos pelo uso de veículos próprios e bolsa-educação para os filhos. Após o caso vir à tona, o prefeito Jonas Donizette (PSB) determinou o cancelamento dos benefícios.