AMERICANA

Câmara revoga doação de terreno para cooperativa

A área deveria ser usa para atividade agrícola, mas que estaria sendo loteada pela associação; segunda e definitiva votação está marca para quarta-feira (29)

Luciana Félix
25/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:33
Câmaras de vereadores de Americana sequer teve sobras, pois a Administração ainda está devendo para o Legislativo do município (Janaina Ribeiro/ Especial para AAN )

Câmaras de vereadores de Americana sequer teve sobras, pois a Administração ainda está devendo para o Legislativo do município (Janaina Ribeiro/ Especial para AAN )

A Câmara de Americana revogou, em primeira discussão, a doação de um terreno de 120 mil metros quadrados, na região da pós-represa, onde deveria funcionar uma cooperativa agrícola, mas que estaria sendo loteado pela associação que recebeu a cessão. O terreno fica em área rural e ainda não possui plano diretor que permita construir residências no local. A área foi doada em 2010 pelo prefeito cassado, Diego De Nadai (sem partido), a um ex-assessor municipal que iria construir no local a cooperativa “Plantando para o Futuro”. Porém, a área nunca foi usada pela cooperativa agrícola que não saiu do papel. Loteamento Segundo os vereadores, o ex-assessor, Marco Antonio de Paula, conhecido como Capivara, estaria loteando o terreno e recebendo parcelas de interessados em construir no local. O projeto de lei (PL) que suspende a doação será votado em segunda discussão na próxima quarta-feira (29). Caso tenha os mesmos votos desta semana, a PL vai para a Prefeitura, onde será sancionada. O pedido para a revogação partiu da Administração, que alegou estar reparando um erro cometido do prefeito cassado. A Prefeitura adiantou que há planos para a área, mas não revelou o que será feito com o terreno, caso ele volte ao Município. Críticas Na época em que o prefeito atual, Omar Najar (PMDB), pediu a revogação, ele afirmou que não tinha cabimento na posse do terreno por pessoas que não moram em Americana. A sessão da Câmara onde decidiu-se pelo cancelamento da cessão foi bastante tumultuada. Cerca de 150 pessoas acompanharam o ex-assessor Marco Antonio de Paula para tentar pressionar os vereadores a adiarem a votação da revogação. Eles entraram no prédio do Legislativo com faixas e cartazes e gritavam “Respeito” para que os vereadores fossem contrários ao pedido da Prefeitura. As pessoas na sessão foram as que pagavam mensalidades para poder construir no terreno doado. Resultado Do total de vereadores da Casa, 12 votaram a favor do cancelamento, e apenas um vereador, o Valdecir Duzzi (SDD), votou contra a revogação. Outros cinco vereadores abriram mão do voto. “A manifestação é legitima. O que não é certo mudar a destinação da doação. Criaram uma associação que recebe em troca de um pedaço da terra para construir moradias no local. O PL havia sido aprovado, no sentido do uso para a agricultura, sem moradia. Lá é uma área importante para a cidade e sua destinação deve ser discutida amplamente com a população da cidade e não somente com um grupo de interessados”, afirmou o vereador Moacir Romero (PT), que foi alvo de alguns protestantes. Defesa O vereador ainda afirmou que o ex-assessor já foi julgado e condenado por estelionato. “Não podemos deixar isso passar”, analisou. “A gente lotou a casa para pedir democracia. Não entendemos o porque de pedir o cancelamento de um projeto social que vem ajudar famílias. Isso está na contramão da Constituição, não dar direito a moradia. Ou eles cumprem a Constituição ou temos que rasgar a Constituição”, afirmou Paula. Os manifestantes prometem um novo protesto na próxima quarta-feira quando ocorre a próxima sessão na Câmara.

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