FALHAS

Câmara revê medidas para reforçar segurança no prédio

Após assalto, vereadores de Campinas criticam sistema e querem mudar esquema de vigilância

Luciana Félix
05/04/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:40
Caixa eletrônico explodido na última terça-feira de madrugada na Câmara: discussão sobre falhas (Rodrigo Zanotto/Especial para a AAN)

Caixa eletrônico explodido na última terça-feira de madrugada na Câmara: discussão sobre falhas (Rodrigo Zanotto/Especial para a AAN)

Após o ataque orquestrado por bandidos que fizeram quatro vigias reféns e explodiram um caixa eletrônico na Câmara de Campinas, vereadores criticaram, nesta quinta-feira (4), as falhas de segurança do prédio e se mobilizaram para pedir uma revisão do edital que trata do novo esquema de vigilância que será implantado.

O documento está na fase final de elaboração, mas o reforço só deve ser implantado no segundo semestre deste ano. Entre as solicitações dos parlamentares, está a instalação de portas com detector de metais, blindagem dos vidros das duas entradas do prédio e a implantação de um sistema de videomonitoramento com gravação e arquivamento das imagens por até 45 dias.

Hoje, o sistema de segurança do prédio se resume a uma equipe de segurança terceirizada com 24 homens — quatro deles à noite —, e três câmeras em pontos de grande fluxo de pessoas. Porém, o sistema não faz gravações.

Não existe nenhuma imagem da ação dos bandidos no prédio. O ataque ocorreu na madrugada da última terça-feira (2). Encapuzados e armados com pistolas, sete bandidos entraram no prédio pelo estacionamento por volta das 3h. Um dos bandidos disse a um dos seguranças que era assessor e precisava pegar o veículo do vereador Cidão Santos (PPS), que estaria no prédio. O parlamentar prestou esclarecimentos espontaneamente na delegacia que investiga o caso e afirmou que seu carro não estava no local e que usaram seu nome de má-fé.

Os vereadores pediram também que a Casa reforce as normas de segurança que já existem no prédio. “Foi uma falha gritante. Expôs totalmente a falta de segurança da Casa. Temos de rever todos os conceitos de vigilância.” Santos, que também é corregedor da Câmara, afirmou que está analisando o edital. “Estamos revendo todos os pontos e acrescentando mais medidas para a segurança.”

Outro vereador que fez críticas ao sistema foi Gilberto Vermelho (PSDB). “A Câmara precisa de mais condição de segurança. É extremamente necessária a instalação de detector de metal na entrada do plenário. Lá qualquer pessoa entra, sem qualquer tipo de identificação. O controle do estacionamento também é um problema. E isso deve ser reforçado quando há alguma votação importante, que é quando a Casa fica cheia”, afirmou.

A presidência da Câmara informou que vai analisar as solicitações e que dentro do novo plano de segurança está a implantação de um sistema de identificação por crachás para os funcionários e visitantes, além da instalação de uma catraca eletrônica.

Os vereadores também criticaram os bancos devido à falta de segurança e à falta de uma preocupação maior com os equipamentos eletrônicos instalados em diversos pontos da cidade. “Os bancos precisam investir mais na segurança de suas agências. São as instituições que mais lucram no País”, afirmou o vereador Gustavo Petta (PCdoB).

Cidão Santos que também é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor afirmou que irá adotar uma política de enfrentamento contra a violência e a falta de segurança nos bancos. “Já conversei com o Procon e vamos fazer uma fiscalização nas agências e ver se elas estão desrespeitando as leis municipais.”

A Febraban informou que trabalha em parceria com governos, polícias e poder Judiciário para combater esses crimes e propor novos padrões de proteção.

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