indefinição

Câmara está dividida na votação sobre CP

Os vereadores irão divididos para a sessão de hoje que votará a instalação ou não de uma CP para cassar o mandato do vereador Tenente Santini (PSD)

Maria Teresa Costa
26/06/2019 às 09:37.
Atualizado em 30/03/2022 às 20:13

Os vereadores irão divididos para a sessão de hoje que votará a instalação ou não de uma Comissão Processante (CP) para cassar o mandato do vereador Tenente Santini (PSD) e, segundo o Correio apurou, a decisão está nas mãos de cinco vereadores. Na sessão de segunda-feira, 14 votaram pela abertura da comissão, e ontem já eram 14 os parlamentares que votarão contra hoje. Dois estão em dúvida e outros três não retornaram as ligações. A instalação de uma CP para cassar o parlamentar caso ele não conseguisse provar as 14 denúncias que fez foi pedida por Jorge Schneider (PTB). Entre as acusações, Santini afirmou na tribuna, no início de junho, que há vereadores que ficam com salários dos assessores, que compram carga roubada, indicam pessoas de organização criminosa para as administrações regionais, entre outras. Na segunda-feira, houve a votação, mas faltou quorum e hoje o assunto será retomado na Casa. Para que a votação seja válida são necessários 17 votos, incluídos os sim, os não e as abstenções. Entre os vereadores que afirmaram que votarão contra estão os sete da oposição e sete da base — Vinicius Gratti (PSB), Aurélio Cláudio (PMB), Cidão Santos (PROS), Edison Ribeiro (PSL), Rodrigo da Farmadic (PP), Zé Carlos (PSB) e Campos Filho (DEM). Professor Alberto (PR) e Permínio Monteiro (PV) estão indecisos, enquanto Luiz Cirilo (PSDB), Gilberto Vermelho (PSDB) e Carmo Luiz (PSC) não se manifestaram. Edison Ribeiro (PSL) disse que é contra a CP, até porque seu partido convidou Tenente Santini para ingressar na legenda. “Vou falar com o diretório e saber qual a orientação, mas acho que uma CP é uma decisão forte demais. Melhor seria uma investigação pela Corregedoria onde ele poderia apresentar as provas que tem contra os vereadores”, afirmou. Rodrigo da Farmadic (PP) disse que as acusações feitas por Santini não o atingiram. “Acho que as denúncias têm que ser investigadas, ele tem que mostrar as provas que tem e arcar com as consequências. Mas processante é um instrumento forte demais. Sou favor a levar para a Corregedoria ou abrir CPI”, disse. Na mesma linha vai Zé Carlos (PSB). “O que ele disse na tribuna não serve para mim, mas as denúncias são sérias e a Corregedoria deveria investigar”, afirmou. Para Cidão Santos (PROS), uma CP é medida extrema e, segundo ele, primeiro deveria haver uma investigação pela Corregedoria”, afirmou. Campos Filho (DEM) concorda. Para ele, a Corregedoria poderia apurar e se fosse o caso, indicar a instalação de uma CPI ou de Processante. “CP é feita para cassar ou absolver”, disse. Aurélio Cláudio (PMB) disse que vai conversar com Santini hoje. “Se ele não me citou entre os vereadores acusados de atos impróprios ou criminosos, vou votar pelo arquivamento do pedido de CP.” Professor Alberto (PR) está indeciso, mas disse que não defende a cassação de mandatos. “Ele não foi feliz no discurso que fez, acusou todos, mas mesmo assim acredito que o primeiro a avaliar as denúncias, pedir provas, seria a Corregedoria”, disse. Permínio Monteiro (PV) também estava indeciso ontem, pelos mesmos motivos — defende uma investigação inicial pela Corregedoria da Casa. Os vereadores Gilberto Vermelho e Luiz Cirilo, ambos do PSDB, e Carmo Luiz (PSC) não atenderam as ligações. Procurado, Tenente Santini também não atendeu o Correio. Autor do pedido acredita na aprovação da Processante O vereador Jorge Schneider (PTB) disse “lamentar” a decisão de segunda-feira do plenário, quando a votação do pedido de abertura de uma Comissão Processante contra o vereador Tenente Santini (PSD) teve de ser adiada por falta de quórum, mas disse ontem ter motivos para acreditar que o processo será revertido na sessão de hoje à noite. Schneider afirmou que muitos vereadores não compareceram à sessão por problemas pessoais. Disse, por exemplo, que o vereador José Carlos Silva (PSB) fez uma operação recente nos olhos e não pôde estar na Câmara. Segundo Schneider, Gilberto Cardoso (PSDB) está às voltas com a mudança da filha para os Estados Unidos e por isso teve de se ausentar. Afirmou, ainda, que o vereador Prof. Alberto (PR) teve um irmão com problemas de saúde. “O que eu não consigo entender é que teve muita gente que esteve lá e não quis votar”, reclamou ele. Citou nominalmente os vereadores Rodrigo da Farmadic (PP), Luiz Henrique Cirilo (PSDB), Cidão Santos (Pros), Edison Ribeiro (PSL) e Permínio Monteiro (PV). “Eu jamais poderei discutir ou questionar o voto de um vereador, mas eu cheguei a pedir que ao menos votassem”, revelou. Apesar de ainda achar que pode conseguir convencer o plenário, Schneider admite que o risco de a CP não emplacar é maior agora. “Eu sei que fiz a minha parte. E que os 14 que votaram também fizeram. O Santini fez acusações e nós queremos que ele explique. Não podemos fingir que nada disso aconteceu”, argumenta. Segundo ele, o adiamento da votação não enfraquece a denúncia, mas expõe alguns vereadores. “A impressão é que não querem que nada seja esclarecido. Se eu sou um promotor, ficaria de olho neles”, acrescentou. Schneider não quis antecipar, mas diz que prepara ações para a hipótese de a CP não ser instalada. “Eu não quero cassar o Santini. Quero apenas que ele explique”, finalizou. (Tote Nunes/AAN) PLACAR VOTAÇÃO DA CP SIM: 14 votos Ailton da Farmácia (PSD) Antonio Flôres (PSB) Cláudio da Farmácia (PSC) Fernando Mendes (PRB) Filipe Marchesi (PR) Jorge da Farmácia (PSDB) Jota Silva (PSB) Juscelino da Barbarense (PP) Luiz Rossini (PV) Marcos Bernardelli (PSDB) Paulo Galterio (PSB) Paulo Haddad (PPS) Pr. Elias Azevedo (PSB) Walter Rocha de Oliveira (PTB) AUSÊNCIAS: 19 Aurélio Cláudio (PMB) Campos Filho (DEM) Carlão do PT (PT) Carmo Luiz (PSC) Cidão Santos (Pros) Edison Ribeiro (PSL) Gilberto Vermelho (PSDB) Gustavo Petta (PCdoB) Luiz Cirilo (PSDB) Marcelo Silva (PSD) Mariana Conti (Psol) Nelson Hossri (Podemos) Pedro Tourinho (PT) Permínio Monteiro (PV) Professor Alberto (PR) Rodrigo da Farmadic (PSC) Tenente Santini (PSD) Vinicius Gratti (PSB) Zé Carlos (PSB) Voto poderá custar cargo de Ailton da Farmácia O voto pela abertura de Comissão Processante contra Tenente Santini (PSD) poderá custar o mandato do vereador Ailton da Farmácia. Um pedido de expulsão do parlamentar do PSD, por infidelidade partidária, foi protocolado ontem pelo líder da bancada, Marcelo Silva, requerendo que ele seja submetido à Comissão de Ética do partido. Ailton é o segundo vereador que, este mês, teve pedido de expulsão protocolado, com risco de perda de mandato. Há duas semanas, pedido de denúncia de infidelidade partidária foi protocolado por filiados, para tentar expulsar Vinicius Gratti por ter votado, duas vezes, pela abertura de processo de impeachment contra o prefeito Jonas Donizette. O PSD, afirmou Silva, dá liberdade para seus parlamentares, mas quando um vereador vota pela abertura de Comissão Processante contra um colega do mesmo partido, isso, na avaliação de Silva, fere a ética moral. Ailton da Farmácia disse que trabalha pelo partido e que seu voto não foi para cassar Santini, mas sim para que suas denúncias sejam apuradas. “O PSD sempre deu autonomia aos vereadores da bancada (que tem três parlamentares) para que conduzissem seus mandatos da forma que julgassem melhor. Fui o único vereador, entre os três da bancada na Câmara de Campinas, que fez campanha para o candidato a deputado federal do PSD, no caso o Guilherme Campos, eu defendi o PSD nas ruas”, afirmou. O presidente da legenda, Guilherme Campos, informou que vai analisar o pedido e dar encaminhamento necessário. “Temos três parlamentares. O PSD nunca tutelou e sempre respeitou a individualidade dos titulares de mandato. Nunca se fechou questão sobre qualquer tema”, disse. Ailton da Farmácia e mais 13 vereadores votaram na segunda-feira pela abertura da CP, mas o processo não foi concluído por falta de quórum. A oposição ao governo e mais vários vereadores da base não votaram.

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