Participantes do Mais Médicos devem receber bolsa de R$ 2.092
A Câmara de Campinas vota hoje a legalidade do projeto de lei que cria o auxílio-alimentação e moradia para os profissionais do programa Mais Médicos, do governo federal. O benefício faz parte da contrapartida da Prefeitura para receber os participantes e cria 121 bolsas no valor de R$ 2.029, para complementar o salário de R$ 10 mil dos médicos brasileiros. O subsídio corresponde a gastos com alimentação e moradia. A expectativa é que o mérito do projeto seja votado na quarta-feira, para que os profissionais recebam o recurso já na folha de pagamento de outubro. Desde que chegaram a Campinas, há mais de duas semanas, os três brasileiros não receberam qualquer ajuda financeira da Administração.O líder do governo na Casa, Rafa Zimbaldi (PP), afirmou que a matéria é unanimidade entre vereadores de base e oposição e deve passar com tranquilidade pela votação. “Foi pedido pelo prefeito (Jonas Donizette, PSB) que o projeto seja aprovado até o final do mês. Temos tempo. E não temos resistência”, disse o legislador. Ainda de acordo com Rafa, o valor do auxílio é compatível com a realidade campineira — a ajuda para moradia é de R$ 1,5 mil e a destinada a alimentação é de R$ 529, mesma quantia paga a funcionários de carreira da Prefeitura. “Foi feita uma pesquisa de mercado em relação ao benefício do aluguel”, informou.Para Paulo Bufalo (PSol), apesar de o subsídio ser necessário, faltou um debate mais amplo na Câmara, com audiência envolvendo setores interessados no tema. “Sem dúvida, o Mais Médicos é necessário, mas não dá conta de todos os problemas da saúde pública. A privatização de serviços essenciais de saúde, que deixaram de estar nas mãos do poder público, é um debate ainda mais necessário”, falou. Para Pedro Tourinho (PT), o processo para aprovação dos benefícios poderia ter sido mais rápido. “Eles poderiam ter feito uma sessão extraordinária, para que os médicos não tenham descumprimento de nenhuma cláusula de contrato”, disse.No início de setembro, os três profissionais que participam do programa em Campinas demostraram apreensão com a possibilidade de não receberem a ajuda. Rui Porto Morais, de Fortaleza (CE), Roberto Ramos Leitão, de João Pessoa (PB), e Henrique Nuss, de Itaperuna (RJ), contaram que a reserva de recursos que trouxeram para a cidade está no fim. Sede da PFOutra votação que deve ocorrer na sessão de hoje é relacionada à legalidade da lei complementar que autoriza a doação de terreno municipal na Avenida Carlos Grimaldi à União, para a instalação da sede do Departamento de Polícia Federal (PF) na cidade. Trata-se de uma adequação da Lei 14.308, de julho de 2012, que permitiu a cessão da área à PF. A votação deve colocar fim ao imbróglio que dura quase dois anos. Ano passado, a Justiça já havia impedido as doações de dois terrenos por serem considerados praças públicas — um no Taquaral, que abrigaria a nova sede do Corpo de Bombeiros, e outro na Avenida Rui Rodrigues, no Jardim Liza, onde estava prevista a construção da segunda Delegacia Seccional de Campinas.Além disso, houve a desistência do terreno no Café e uma comitiva com membros da PF e da Câmara passou a visitar localidades no município para a instalação da nova sede da Polícia Federal. A área na Carlos Grimaldi pertence à Prefeitura e tem fácil acesso à Rodovia D. Pedro I. Os médicos brasileiros formados no Exterior e os profissionais estrangeiros que vão atuar no programa Mais Médicos começam a trabalhar em cidades da região a partir desta semana e também no dia 23. Hoje, dois brasileiros com diploma de uma instituição de ensino argentina iniciarão um curso de adaptação à rede pública municipal de Campinas. De acordo com a Prefeitura, a previsão é que o casal comece a trabalhar na quinta-feira. Eles foram alocados no Distrito Regional de Saúde Sul, na região do Parque Itália.Em Pedreira, a médica cubana Tania Aguiar Sosa deverá iniciar seu trabalho na próxima segunda-feira. Ela deveria ir para o município hoje, mas o Ministério da Saúde estendeu o curso para estrangeiros que é realizado em São Paulo. O governo municipal informou que foi alugada uma casa para a profissional, que vai atuar no posto de saúde do Jardim Andrade.A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Santo Antônio de Posse, que também receberá uma médica de Cuba, mas não houve retorno até o fechamento da edição.