Lado externo do teatro Bento Quirino, no Centro de Campinas, que abriga temporariamente as sessões ordinárias da Câmara Municipal (Ricardo Lima)
Os vereadores de Campinas realizaram na noite desta segunda-feira (16) a primeira sessão ordinária do ano com a presença de público, retomando o horário tradicional, a partir das 18h. Até então as sessões estavam sendo consideradas extraordinárias por não contarem com o rito completo do Legislativo. Ou seja, ou estavam ocorrendo de forma virtual ou sem a presença do público. Durante a sessão, os parlamentares aprovaram em definitivo um projeto de lei que obriga a instalação de câmeras de segurança nas unidades de saúde do município. Para valer, a propositura precisa ser sancionada pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos).
Usado como plenário em caráter provisório até que as reformas do prédio da Câmara no bairro Ponte Preta sejam finalizadas, o espaço do Teatro Bento Quirino recebeu um pequeno público na sessão de ontem à noite. Com capacidade para 260 lugares, teve pouco mais de 20% de ocupação. A última sessão com platéia ocorreu em dezembro de 2021. O teatro fica na Rua Luzitana, 1.555, no Centro, na altura do cruzamento com a Barreto Leme, próximo ao Paço Municipal.
Entre os espectadores que acompanharam os trabalhos do Legislativo campineiro estava a advogada Esmeralda Pontes Brune, de 80 anos. Há 22 anos marcando presença nas sessões da Câmara, ela disse acreditar que a vinda dos trabalhos para a região central irá favorecer a presença do público. "Quando as sessões ocorriam no prédio da Prefeitura era sempre cheio. No local atual da Câmara fica mais difícil. Seria muito bom se as coisas voltassem para a região central", disse.
Desde 2006, quando deixou de ser realizada no Paço Municipal, as sessões nunca mais voltaram a ocorrer no Centro. O teatro Bento Quirino começou a ser usado como plenário pelo Legislativo na semana passada e em caráter provisório. Na ocasião, ainda em sessão extraordinária e sem a presença do público, os parlamentares aprovaram por 18 votos a 10 o Projeto de Lei que desobriga o uso de máscaras nas escolas, indo na ocasião na contramão dos números da contaminação pela covid-19 na cidade, que apontava para uma superlotação de leitos pediátricos em Campinas tanto de enfermaria quanto de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
O ex-vereador Vinícius Gratti, que também acompanhou como visitante os trabalhos da Casa na noite de ontem, lembrou da época em que as sessões ocorriam no prédio da Prefeitura. "Realmente na prefeitura a presença do público era muito grande. Então, no que diz respeito à participação da população, a região central é mais favorável", disse. A secretária administrativa Silvana Avante, 58 anos, também aprova as sessões no centro. "As sessões deveriam voltar ao Centro. Acho muito importante. Pena que é temporário", ressalta.
Segundo informações do Legislativo, pelos próximos seis meses as sessões permanecerão no Centro, período estimado de conclusão da reforma no prédio no bairro Ponte Preta.
A vereadora Mariana Conti (PSOL) informou ontem também compartilhar da ideia de que as sessões no centro facilitam a presença do público. "Penso que é importante o retorno das sessões presenciais para permitir a participação do público e a localização no centro, de fato, facilita a presença da população."
O vereador Gustavo Petta (PcdoB), diz considerar muito importante a retomada das sessões com a presença do público e ser bastante simpático com as sessões serem no centro da cidade. "Acho que seria um grande avanço para a transparência, participação das pessoas e saber como as decisões são tomadas. Evidente que é preciso haver condições adequadas, mas se a Câmara conseguisse avançar nesse sentido eu sou um que tenho muita simpatia por essa ideia", disse.
