De acordo com o regimento interno, a eleição para presidente da Câmara é aberta a todos os vereadores, que podem votar e ser votados sem a necessidade de formar chapa (Kamá Ribeiro)
Em um ano marcado por denúncias de corrupção, a Câmara Municipal de Campinas elege nesta quarta-feira (21) o seu novo presidente para o biênio 2023-2024, que sucederá Zé Carlos (PSB) que teve de se afastar do cargo por se tornar o pivô dos escândalos que vieram à tona este ano. Em consequência disso, quem assumiu o lugar do parlamentar do Distrito de Aparecidinha foi a vereadora Debora Palermo (PSC), tornando-se a primeira mulher a assumir a presidência da Câmara de Campinas em seus mais de 200 anos de história.
A Mesa Diretora do Legislativo é composta pelo presidente, 1º e 2º vice-presidentes, 1º a 4º secretários, corregedor e corregedor-substituto. A eleição é aberta a todos os parlamentares, que podem votar e ser votados para qualquer um dos cargos, sem a necessidade de qualquer tipo de formalização de chapa. Os 33 parlamentares votam. Cada vereador irá à tribuna, onde declarará verbalmente o voto, indicando as suas escolhas para os respectivos cargos e entregará cédula preenchida com os nomes que foram verbalizados.
Desde a última eleição da Mesa Diretora, em 2020, quando o vereador Zé Carlos (PSB) foi escolhido presidente, o comentário nos bastidores era de que uma articulação já havia sido firmada para garantir que o próximo nome a ser eleito seria o do vereador Luiz Carlos Rossini (PV). Zé Carlos e Rossini integram a base de governo do prefeito Dário Saadi (Republicanos).
No entanto, com as denúncias de corrupção envolvendo o nome do então presidente Zé Carlos, o clima entre os vereadores da base começou a ficar complicado. Zé Carlos resolveu deixar o cargo, assumindo então a vice-presidente, a vereadora Debora Palermo (PSC), cujo nome ganhou força entre os parlamentares que defendem uma alternância de poder entre os grupos políticos presente dentro da Casa.
Na corrida para a presidência da Câmara apareceram, além dos nomes do vereador Luiz Carlos Rossini e Debora Palermo, o dos vereadores Paulo Bufalo (PSOL), Guida Calixto (PT), Luiz Cirilo (PSDB), Nelson Hossri (PSD), Rodrigo da Farmadic (União), Higor Diego (Republicanos) e Jorge Schneider (PL).
Contudo, o nome do atual líder de governo, Luis Carlos Rossini, é o que aparece com mais chances. O parlamentar tem mantido uma atuação de perfil pacificador e conta com o apoio do governo Dário. A vereadora Debora Palermo, por sua vez, tem conquistado a simpatia de parlamentares, funcionários da Casa e de personalidades da sociedade pela conduta que tem mantido ao longo desses três meses no cargo de presidente do Legislativo.
"Eu inicialmente não iria colocar meu nome, mas em nome do meu mandato e das pessoas que me pediram para concorrer, meu nome estará participando da disputa em nome da mudança", disse a vereadora que também pertence ao grupo de apoio ao prefeito Dário em recente entrevista exclusiva ao jornal Correio Popular.
Por parte dos parlamentares de oposição está a vereadora Guida Calixto. Durante o pleito, depois de todos terem votado, o resultado será contabilizado e os nomes dos novos presidente e integrantes da Mesa serão anunciados. A gestão da nova Mesa Diretora se iniciará a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem e termina em 31 de dezembro do ano seguinte.