TEMPO DOIDO

Calorão deve dar uma pequena trégua

Onda tomou conta do Brasil e em Campinas, provocou recordes de alta na semana passada

Da Agência Anhanguera
11/10/2020 às 10:01.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:06
À primeira vista, o cenário até reserva sua beleza, mas, na verdade, essas são as tonalidades de uma Campinas em estado de alerta por causa das altas temperaturas e da baixa umidade do ar, ameaças à saúde das pessoas (Matheus Pereira/AAN)

À primeira vista, o cenário até reserva sua beleza, mas, na verdade, essas são as tonalidades de uma Campinas em estado de alerta por causa das altas temperaturas e da baixa umidade do ar, ameaças à saúde das pessoas (Matheus Pereira/AAN)

Meteorologistas do Climatempo garantem que a histórica onda de calor que tomou conta do País desde o final de setembro e que em Campinas provocou recordes de alta na semana passada — chegando a superar os 40 graus na terça e na quarta-feiras - deve começar a perder um pouco de força a partir de hoje. A expectativa é que a máxima deste domingo fique em torno dos 30º graus e deva subir um pouco mais amanhã — quando deve ficar em 32 graus. Mas isso não significa refresco. Ao longo de toda a semana, a cidade deverá registrar temperaturas máximas acima de 32 graus, com tendência a esquentar ainda mais no final de semana. A partir de sexta-feira deve subir para 33º e no domingo que vem, poderá bater na casa do 35 graus. Na última quarta-feira, Campinas registrou recorde de temperatura. Segundo a Defesa Civil, a temperatura atingiu 40,3°C, na medição feita na Estação de Tratamento de Água (ETA) Capivari, no bairro Jardim Nova América. Com isso, superou o recorde da do dia anterior, quando chegou a 40,1°, então a maior já registrada na cidade desde o início da série histórica, em 1989. A sensação térmica foi de 45°C. Os recordes históricos de calor registrados na cidade trouxeram não apenas incômodo à maioria das pessoas e preocupação adicional com os idosos. As temperaturas excepcionalmente altas confirmam que o ano de 2020 está sendo marcado pelos extremos. Levantamento realizado pelo Climatempo mostra que desde o início deste ano, o estado de São Paulo vem registrando episódios de chuvas torrenciais, mas ao longo do ano, vem alternando com momentos de forte estiagem. O Climatempo lembrou, por exemplo, que a cidade de São Paulo teve em 2020, o maior acumulado de chuva para um mês de fevereiro desde o início das medições em 1943. Deste volume, 114mm foram acumulados apenas no dia 10. O que provocou alagamentos generalizados e até o transbordamentos dos rios Tietê e Pinheiros. No mês seguinte, quando se esperava mais chuva, elas não aconteceram. A cidade fechou o mês com um acumulado de apenas 70,6mm, 67% abaixo da média que é de 214,5mm, março de 2020 entrou para a história da climatologia paulistana como o quinto mês mais seco da história. Em junho aconteceu chuva de mais e frio de menos. E para deixar esse junho ainda mais excepcional, o mês quebrou o recorde histórico de maior temperatura mínima, com 15,7°C, lembrando que a média normal é de 13°C. O mês de julho foi marcado por ventania, um ciclone bomba e Inverno quente. No dia 01 de julho, um ciclone bomba se formou no Sul do país, mas a ventania se espalhou também para o estado de São Paulo e a capital chegou a registrar ventos em torno dos 80 km/h, que provocou queda de árvores. Julho também marca um mês do chamado alto Inverno, o ápice da estação mais fria do ano, que em 2020 foi mais quente que o normal. Segundo as médias do Inmet, as temperaturas mínimas e máximas ficaram 2° acima do normal. Em setembro se registrou recorde de calor e a expectativa de outubro é de recorde absoluto de altas temperaturas. Os técnicos do Climatempo dizem que a chuvarada do começo do ano é bastante comum. Por outro lado, as temperaturas muito altas já não são tão comuns. Neste ano, os valores extremos de calor ocorreram por conta da persistência de bloqueios atmosféricos. São sistemas de alta pressão muito intensos que atuam como uma barreira e impedem o avanço de frentes frias. Se não tem frente, não tem massa de ar polar, por isso as temperaturas não caiam. Calor no País todo atingirá recordes A grande e forte onda de calor que se instalou sobre o Brasil desde o fim de setembro de 2020 já ocasionou a quebra de recordes históricos de calor em vários estados do país, inclusive em capitais, mas poderá estabelecer um novo recorde de calor absoluto para o Brasil.A onda de calor do começo da primavera de 2020 está refazendo a climatologia de temperatura em parte do Brasil. Muitos recordes da onda de calor de 2014 já foram superados. Segundo dados oficiais do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), a maior temperatura oficialmente medida no Brasil é 44,7°C em Bom Jesus do Piauí, em 21 de novembro de 2005. Mas na segunda-feira (5), a marca de 44,6°C foi alcançada em Água Clara, em Mato Grosso do Sul, e em Nova Maringá, em Mato Grosso. Esta temperatura de 44,6°C é o segundo maior valor registrado no Brasil e empata com a marca de Orleans, em Santa Catarina, que experimentou este calor em seis de janeiro de 1963.

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