Quantidade em janeiro foi a menor para o mês nos últimos dois anos, aponta banco de dados
Avenida João Jorge, um dos corredores mais movimentados da cidade; número de fatalidades caiu 28% na comparação com mesmo período de 2017 (Cedoc/RAC)
O número de mortes no trânsito em Campinas em janeiro é o menor para o mês dos últimos dois anos, segundo o Infosiga SP, o banco de dados com informações de acidentes de trânsito do Estado de São Paulo. O número de fatalidades causadas por acidentes caiu 28% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano passado. Neste ano foram registradas 10 mortes, contra 14 em 2017. Metade das vítimas fatais do último janeiro foi por acidentes envolvendo motos. Para o especialista em trânsito, Ricardo Malheiros, os acidentes com motos estão no topo da cadeia das fatalidades do trânsito, motivado, geralmente, pela imprudência dos condutores. “O número de motos é cada vez maior nas cidades, por ser veículo de trânsito rápido, que passou também a ser instrumento de trabalho. Os condutores se arriscam para cumprir horários de entregas de encomendas. Eles estão desprotegidos no trânsito, ao contrário de quem está em um carro, que tem toda a lataria como proteção”, afirmou. A frota de Campinas cresceu 14% entre 2016 e 2017 em Campinas, segundo o Detran. Nesse período, mais 2.823 passaram a integrar a frota que era de 129.776 em 2016 e subiu para 132.599 no ano passado. “As mortes no trânsito com motociclistas são em geral violentas e envolvem imprudência e alta velocidade”, disse o especialista. Para o engenheiro de trânsito Carlos de Oliveira Pimenta, os acidentes envolvendo motociclistas viraram um problema de saúde pública. “Cada acidente resulta em perdas de saúde, de produtividade, de tempo e inclusive de paciência dos cidadãos, fartos desta situação que parece não ter fim”, afirmou. Um conjunto de fatores, na sua opinião, colabora para que tantas mortes ocorram no trânsito envolvendo motociclistas. Um deles é o mau treinamento, outro, as más condições das vias, falta de educação dos outros usuários das ruas (motoristas, ciclistas e pedestres) e também o mau estado de conservação de boa parte da frota encabeçam uma longa lista de motivos para os acidentes com motos. No ano passado, ocorreram 155 mortes no trânsito em Campinas, dos quais 59 envolvendo motociclistas. Entre as dez mortes ocorridas em janeiro, cinco envolveram motos, duas pedestres, dois acidentes com veículos e um com bicicleta. A estatística do Infosiga SP aponta que 70% das mortes ocorrem em vias municipais e 30% nas rodovias e a maioria das vítimas (90%) foram homens. Os condutores representaram 70% das fatalidades. No Estado, o número de mortes em janeiro no trânsito foi o menor registrado pelo Infosiga SP desde o início da série histórica. Foram 5,4% a menos de mortes nas rodovias estaduais. Neste ano, foram registrados 387 óbitos, o menor número desde o início do Infosiga SP, sistema que registra ocorrências nos 645 municípios do Estado, desde 2015. Parceria Em evento no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou ontem parceria com entidades do terceiro setor e Polícia Rodoviária Federal. O evento reuniu prefeitos de sete cidades que assinaram convênios com o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito e Detran SP. Os municípios de Araraquara, Bauru, Carapicuíba, Cotia, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu e Suzano receberão, juntos, R$ 9,5 milhões para realizar 1.240 projetos que incluem obras viárias e ações de educação para o trânsito. O valor é proveniente de multas aplicadas pelo Detran SP.