Arquiteto, artista e professor contribuiu para formação de profissionais e para a história campineira
Campinas perdeu mais um arquiteto e urbanista ilustre no 11 de setembro passado. Joaquim Caetano de Lima Filho, sofreu um infarto fulminante e morreu aos 61 anos. Arquiteto, urbanista, artista plástico e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas desde 1982, Caetano de Lima deixou muitas obras e muitas lições de urbanidade. Caetano de Lima era contemporâneo, companheiro e amigo do também arquiteto e urbanista Antonio Costa Santos, o Toninho, que, coincidentemente, foi sepultado em Campinas também num 11 de setembro (em 2001). Entre tantas criações e tantos projetos de relevância para Campinas, ele deixou como legado o projeto urbanístico e arquitetônico da Praça Arautos da Paz. O urbanista de Campinas teve reconhecimento internacional com seus projetos, incluindo a premiação recebida na Europa em 2006, na Celebration Of Cities 2 - International Ideas Consultation da União Internacional dos Arquitetos e Unesco. Outra premiação foi concedida em 1999, na Expo Mundial de Lisboa - Portugal, realizada pelo Ministério das Relações Exteriores. Uma terceira premiação foi na EXPO 92 Sevilha - Pavilhão do Brasil, em 1992. O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior, externou ontem a gratidão pelo legado deixado por Caetano na Universidade e até fora dos limites acadêmicos. “O professor Joaquim Caetano de Lima Filho contribuiu com maestria para a formação integral de muitos profissionais, de várias áreas além da Arquitetura, e colaborou com a missão da universidade. Também nos orgulha muito sua contribuição e seu legado para o município de Campinas e outras cidades que contaram com sua genialidade”, afirmou o reitor. Arautos Entre os projetos urbanísticos de importância para Campinas, Caetano de Lima foi vencedor do concurso na universidade, em 2001, para receber o XIV Congresso Nacional Eucarístico. O projeto foi o vencedor em co-autoria com os arquitetos Izaak Vaidengorn e José Roberto Merlin e a inauguração da praça foi em 2004, quando Caetano criou também o Memorial Antonio Costa Santos. A sua preocupação com o meio ambiente era constante e um dos legados que Caetano deixou para Campinas neste tema foi seu projeto de transposição do Rio Jaguari, em 2006. O urbanista tinha paixão também por ferrovias e pelos trens. O urbanista apresentou um projeto em planejamento urbano e recuperação do leito férreo de Campinas, na Bienal Internacional de Arquitetura e Design, em 2003. Dois anos depois, em 2005, ele apresentou o projeto de extensão da linha férrea Campinas Jaguariúna e por isso, Caetano teve participação no projeto da Maria Fumaça, que percorre as linhas férreas entre Campinas e Jaguariúna, cidade em que Caetano também participou de obras arquitetônicas e atuou como diretor de Planejamento e Urbanismo da Prefeitura de Jaguariúna, entre 2011 e2013. Outras regiões Obras importantes para Jaguariúna foram deixadas por Caetano entre 2004 e 2006, quando o urbanista criou quatro projetos: sede da Secretaria de Educação; Teatro Municipal; Casa da Memória; e Centro de Educação e Cultura. Outras criações de importância assinadas por ele foram os projetos urbanísticos da Biblioteca Digital Pública do Campo Grande, em 2007; e a sala de espetáculo na Pedreira do Chapadão em Campinas, em 2006. Foi criador também do projeto para a sede do Conselho Nacional dos Contabilistas de Brasília, em 1994; e do projeto para a construção da Igreja Matriz de Cerqueira Cezar, em 1989.Acadêmico Na área acadêmica, Caetano de Lima foi professor de Projetos da FAU da PUC-Campinas desde 1982 e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Jaguariúna. Foi também arquiteto e urbanista pela Organização Mogiana de Educação e Cultura, e especialista em História da Arte pela Universidade Claretiano. Participou também de dezenas de bancas examinadoras de graduação da FAU na Universidade Presbiteriana Mackenzie SP; na Universidade Federal de São Carlos; na PUC-Campinas; e na Universidade de São Paulo (USP).