sustentabilidade

BYD: caminhões 'made in' Campinas

A chinesa BYD do Brasil planeja iniciar a fabricação de caminhões elétricos em Campinas. Em janeiro, a Cetesb emitiu a licença ambiental

Maria Teresa Costa
15/02/2019 às 08:20.
Atualizado em 05/04/2022 às 00:14

A chinesa BYD do Brasil planeja iniciar a fabricação de caminhões elétricos no final de 2020 em Campinas. Em janeiro, a Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) emitiu a licença ambiental de operação para que a empresa, que já produz painéis solares e ônibus elétricos, possa iniciar a nova linha de produção. Além dos caminhões, a BYD também passará a fabricar ônibus elétricos articulados, para atender a demanda crescente das cidades que estão implantando sistemas BRTs no transporte coletivo. Para atender as novas produções, a fábrica de Campinas terá que ampliar sua planta, disse o diretor institucional e de relações governamentais da BYD, Marcelo Schneider. O valor do investimento não foi informado. A fabricação local de caminhões elétricos visa atender contrato formalizado no ano passado para a entrega de 200 compactadores de lixo 100% elétricos à Corpus Saneamento e Obras Ltda, que atua na coleta, transporte e destinação de resíduos em seis cidades paulistas, entre elas Indaiatuba, e em Vitória (ES). O plano é substituir gradualmente parte de sua frota movida a diesel até 2023. O primeiro lote de 20 caminhões chegaram da China, da fábrica de Changsham, em setembro, e a intenção, segundo Schneider, é que parte dos caminhões contratados sejam produzidos em Campinas. O valor do contrato da Corpus não foi divulgado, mas os caminhões modelo eT8A custam R$ 1,5 milhão cada na versão elétrica e R$ 300 mil na versão movida a diesel, no mercado. Eles têm autonomia de cerca de 200 quilômetros ou oito horas. Pesam 21 toneladas quando cheios. O caminhão de lixo BYD eT8A é o mais silencioso do mercado e não emite nenhum tipo de poluente, desde a produção até o uso final, segundo a empresa, pois a bateria de fosfato de ferro lítio não contém metais pesados e o eletrólito é atóxico. Primeiro veículo totalmente elétrico produzido em massa para coleta e transporte de resíduos, o BYD eT8A tem bateria reciclável, com vida útil de até 40 anos. Com isso, o veículo não emite poluentes ou fumaça de escapamento na atmosfera. O modelo conta com transmissão automatizada, auxiliar de partida em rampa e freios de serviço automáticos quando o veículo não estiver em movimento. O torque máximo é de 1500 Nm. A aquisição dos caminhões está sendo financiada pela BYD, com 20% do valor como entrada e o restante em cinco anos. A empresa já vem fornecendo ônibus elétricos para o transporte coletivo de Campinas. Circulam na cidade 13 ônibus elétricos e a meta, já anunciada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), é chegar a 150 até 2020. Uma parceria da Prefeitura, CPFL e BYD vem trabalhando no modelo de negócios que será utilizado na nova concessão do transporte coletivo, sem data ainda para ser licitada, e que dividirá a cidade em seis áreas. Em uma delas, que inclui a região central e os corredores do BRT, só será permitida a circulação de ônibus movidos a combustíveis não poluentes, como células de hidrogênio, elétricos ou híbridos. Consórcio vai implantar monotrilho de Salvador O Consórcio Skayrail, liderado pela BYD do Brasil, assinou contrato, na quarta-feira, para implantar e operar o monotrilho do Subúrbio Ferroviário de Salvador, no modelo de parceria público privada (PPP). O investimento do governo estadual no modal metropolitano será de R$ 1,5 bilhão. As obras começam em 90 dias. Será um metrô leve, que circula em um único trilho sobre estrutura elevada. O monotrilho virá da China e será montado no Brasil. Ainda não está definido se será montado em Campinas ou na Bahia. Segundo o diretor institucional e de relações governamentais da empresa, Marcelo Schneider, vai depender dos impostos. “Temos dois anos de obra antes de iniciar a operação”, disse. A fábrica instalada em Campinas fornecerá os painéis solares para as estações e numa segunda etapa, cerca de 300 ônibus elétricos que substituirão a frota atual a diesel, para as linhas que integrarão o metrô, o monotrilho e as estações de ônibus. O monotrilho que será implantado na Bahia é o Skyrail, modelo instalado em 2016 na cidade de Shenzhen, na China, que teve investimento de US$ 5 bilhões e demorou cinco anos para ficar pronto. É um trem autônomo (não precisa de condutor), alcança 80 quilômetros por hora, transporta entre 10 e 30 mil passageiros por hora e pode, portanto, atender pequenas e grandes cidades e também funcionar para ligar atrações turísticas.

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