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Buracos do BRT causam transtornos a motoristas

As enormes crateras provocadas pelas obras do BRT têm causado prejuízos às empresas que operam o sistema do transporte público em Campinas

Henrique Hein
16/04/2019 às 08:41.
Atualizado em 04/04/2022 às 09:29

As enormes crateras provocadas pelas obras do BRT têm causado prejuízos às empresas que operam o sistema do transporte público em Campinas. Os ônibus, que todos os dias transportam milhares de pessoas pelas regiões do Campo Grande e Ouro Verde, estão quebrando por causa do excesso de buracos (alguns deles imensos) nas ruas e avenidas por onde a megaconstrução avança. A denúncia foi feita ontem pelos próprios motoristas de ônibus do município e os problemas foram confirmados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp). Os motoristas, que pediram para não se identificar com medo de represálias, reclamaram do péssimo estado das vias nos trechos das obras do BRT. Segundo eles, muitos ônibus já estouraram pneus, rodas e o sistema de suspensão porque não conseguem desviar dos buracos. O grupo alega ainda que alguns ônibus estão com a carroceria dos articulados retorcida. “Os ônibus estão sofrendo torção nas estruturas. Muitos deles, estão prestes a quebrar. No caso dos articulados, alguns deles estão com a sanfona que sustenta os dois vagões danificada. Se ela romper, imagina o boliche que não vai virar. Muita gente inocente pode até morrer”, afirma um dos motoristas. Segundo os denunciantes, vários trechos precisam de reacpeamento, entre eles pontos das Avenidas John Boyd Dunlop e Ruy Rodrigues, além da Rua Piracicaba – onde todo o tráfego foi concentrado em uma faixa na semana passada, por causa do andamento das obras do Corredor Ouro Verde. “Não temos a opção de realizar o desvio em várias vias. Somos obrigados a entrar nas depressões, correndo o risco de provocar acidentes e danificar os componentes da suspensão dos veículos pesados”, afirmou outro motorista. Procurada pela reportagem, a Setcamp informou que houve um grande acréscimo no valor de manutenção dos ônibus após o início das obras do BRT e confirmou que vários problemas foram encontrados nas estruturas dos ônibus depois que as obras começaram na cidade. Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que as vias do entorno das obras do BRT têm recebido um tráfego adicional, muitas vezes de veículos pesados e de grande porte e que, por isso, é necessário que recebam reparos com mais frequência durante esse período de obras. O Executivo ressaltou ainda que os pontos que apresentam mais necessidade são indicados pela Emdec e executados o mais rapidamente possível. “A Secretaria de Serviços Públicos está com uma equipe executando tapa-buracos nas vias do entorno dos bairros ao longo das grandes avenidas que estão passando por obras dos corredores BRT, como Av. Ruy Rodrigues, Av. John Boyd Dunlop, entre outras”, informou a nota. Contratos serão reajustados em 10,73% Os contratos para a implantação dos corredores Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral do BRT serão reajustados em 10,73% retroativos a setembro, de acordo com despacho do secretário Carlos José Barreiro, publicado ontem no Diário Oficial. O reajuste implicará em um acréscimo de R$ 15,08 milhões nos contratos com as empreiteiras. É o segundo reajuste desde o lance final das propostas das concorrentes na licitação da obra, em 2017. Segundo a secretaria, o reajuste é medido pelo índice de obras rodoviárias, publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e refere-se à inflação acumulada no período de 12 meses do último reajuste. O reajuste foi aplicado aos quatro contratos firmados para a implantação dos corredores, cada um correspondendo a um lote de obra. O lote 1, que ligará o Terminal Mercadão, no Centro, até a Vila Aurocan, e mais o Corredor Perimetral, que ligará os corredores Ouro Verde e Campo Grande, está em obras. O lote dois é formado pelo Corredor Campo Grande, que ligará a Vila Aurocan ao Terminal Itajaí, em 13,6 quilômetros. Essa ligação foi dividida em três trechos: um, de 5 quilômetros, liga a Vila Aurocan até a ponte da Rodovia Bandeirantes; outro, de 6,4 quilômetros liga a Bandeirantes ao terminal Campo Grande, e outro, de 2,2 quilômetros, vai do Terminal Campo Grande até o Terminal Itajaí. O lote 3 é integrado por um trecho do Corredor Ouro Verde, que liga a região central até a Estação Campos Elíseos, com 4,8 quilômetros de extensão e foi vencido pela Compec Galasso Engenharia e Construção Já o lote 4 está sob responsabilidade do Consórcio BRT-Campinas/Construtora Artec S.A e prevê obras do Corredor Ouro Verde, que ligarão a Estação Campos Elíseos até o Terminal Vida Nova, totalizando 9,8 quilômetros de extensão. As obras dos corredores ocorrem atualmente em um trecho de 800 metros na Avenida John Boyd Dunlop, no Jardim Aurélia, onde está sendo implantado o Corredor Campo Grande. Elas estão entre a Rodovia Anhanguera e a Rua Lucas Pereira de Castro e está havendo a demolição do canteiro central, a retirada do pavimento e a construção da Estação Aurélia. O novo trecho corta os bairros Jardim Aurélia, Jardim Santa Vitória, Vila São Bento e Vila Ângela, na região do Enxuto e Shopping Unimart. Há frentes de trabalho também no Corredor Ouro Verde, na Avenida das Amoreiras, além de intervenções na Ruy Rodriguez e ruas marginais. (Maria Teresa Costa/Da Agência Anhanguera)

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