LAVA JATO

Bumlai é condenado por empréstimo

O pecuarista José Carlos Bumlai foi condenado nesta quinta-feira (15) pelo federal juiz Sérgio Moro a 9 anos e 10 meses de prisão por tomar em seu nome um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões no Banco Schahin, destinado ao Partido dos Trabalhadores

Bruno Bacchetti
bruno.bacchetti@rac.com.br
15/09/2016 às 20:30.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:25

Bumlai durante depoimento à CPI do BNDES, na Câmara Federal (Cedoc/RAC)

O pecuarista José Carlos Bumlai foi condenado nesta quinta-feira (15) pelo federal juiz Sérgio Moro a 9 anos e 10 meses de prisão por tomar em seu nome um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões no Banco Schahin, destinado ao Partido dos Trabalhadores. Segundo o pecuarista, parte desse valor pagou dívidas de campanha do ex-prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos (PDT), em 2004. O pedetista, que concorre novamente à Prefeitura, admitiu pela primeira vez em entrevista ao Correio que conheceu Bumlai dos tempos em que era deputado federal, mas negou ter recebido valores oriundos do empréstimo com o Banco Schahin. De acordo com o apurado pela Operação Lava Jato, o Grupo Schahin foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobras, em 2009, para operar o navio sonda Vitória 10.000. Além de Bumlai, Moro condenou ainda o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto a 6 anos e 8 meses, em regime semiaberto por corrupção passiva. O pecuarista foi condenado por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção, no esquema de loteamento político da Petrobras, comandado pelo PT, PMDB e PP, para arrecadação de propinas. O magistrado manteve a prisão preventiva de Bumlai, que voltou ao cárcere no início de setembro. “Embora em seus depoimentos, tenha (Bumlai) descrito a si mesmo como vítima, não se trata de um retrato correto dos acontecimentos”, afirma Moro. “Ninguém obrigou José Carlos Costa Marques Bumlai a aceitar figurar como pessoa interposta no contrato de empréstimo ou aceitar a quitação fraudulenta do empréstimo ou a simular a doação de embriões bovinos.” Em depoimento prestado a Moro em maio, Bumlai afirmou que Hélio presenciou a reunião no Banco Schahin para acertar o empréstimo. Ele detalhou as circunstâncias em que o negócio foi realizado e disse que participaram do encontro o então presidente do Banco Schahin Sandro Tordin, o tesoureiro do PT Delúbio Soares, Hélio e os marqueteiros Armando Peralta e Giovanni Favieri, ambos de Campo Grande (MS) e ligados ao ex-governador Zeca do PT. “Estava em São Paulo quando recebi um telefonema de um amigo para que desse uma chegada até o Banco Schahin. Fui lá e me deparei na cabeceira com o candidato a prefeito de Campinas doutor Hélio, à direita dele seu Delúbio Soares, depois seu Carlos Eduardo Schahin, uma cadeira vaga em que me sentei, e o Sandro, o Armando e o Giovanni. Foram as pessoas que me lembro”, relatou, na ocasião, o pecuarista. Desde que a acusação veio à tona, o ex-prefeito Hélio sempre negou conhecer Bumlai. Porém, o pedetista agora admitiu que conheceu o pecuarista no período em que ocupou o cargo de deputado federal, entre os anos de 1999 a 2004. “Quem é que não conhece o Bumlai? Eu era deputado federal e ele pertencia ao Conselho de Desenvolvimento Social da presidência da República. Todas as discussões de PAC passavam pelo Desenvolvimento Social. Tive contato com ele, mas jamais recebi um tostão do sr Bumlai”, afirmou Hélio. O ex-prefeito negou ter participado da reunião no Banco Schahin quando o empréstimo foi negociado. “Ele (Bumlai) disse que pegou uma verba para o PT de R$ 10 milhões (o correto é R$ 12 milhões) e que parte desse dinheiro veio para Campinas para a minha campanha. É mentira. Eu não conheço o Salim, que é dono do tal Banco Schahin, porque nunca estive no banco.” Hélio diz que as únicas colaborações do PT para sua campanha em 2004 foram a presença de Lula no segundo turno e três shows pagos pelo partido. “As únicas questões que o PT trouxe para minha campanha foram o apoio do presidente no segundo turno e shows do Zezé di Camargo e Luciano, Wanessa e KLB.” (Com Estadão Conteúdo)

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por