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BRT provoca mudanças comerciais

Devido às obras de implantação do BRT (Ônibus de Trânsito Rápido) em Campinas, 11 permissionários precisaram deixar seus pontos comerciais

Daniel de Camargo
08/11/2018 às 08:47.
Atualizado em 05/04/2022 às 21:22

Devido às obras de implantação do BRT (Ônibus de Trânsito Rápido) em Campinas, 11 permissionários precisaram deixar seus pontos comerciais, segundo a Serviços Técnicos Gerais (Setec), autarquia responsável pela administração e fiscalização do solo público em Campinas. Arnaldo Salvetti, presidente da órgão, informou que quatro comerciantes transferiram suas bancas da Avenida Ruy Rodrigues para a Avenida Arymana, três da Avenida John Boyd Dunlop para pontos distintos próximos à via, e outros três removeram as estruturas, mas ainda não definiram uma nova localização para atuarem. De acordo com dados da Setec, existem 1.384 permissionários com pontos fixos regularizados no município. Em nota, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que todas as intervenções são realizadas de modo a causar o menor impacto possível para a população que reside, circula e trabalha pelos locais em que há interferência na via. “Quando há necessidade de remoção de algum mobiliário urbano ou banca comercial, por conta do avanço das obras, todos os órgãos responsáveis são avisados previamente e com bastante antecedência, minimizando os transtornos”, informou o trecho do texto. Salvetti esclarece que, após apontamento da Emdec, fiscais da Setec intimam pessoalmente o permissionário. Em seguida, é dada a opção de o comerciante indicar uma nova localização, que se em conformidade com as determinações (distante de outros permissionários com o mesmo ramo de atividade, por exemplo) é concedida. “Não houve resistência. Foram conversas amigáveis, porque todos entendem que o BRT é uma melhoria necessária para o desenvolvimento da cidade. Alguns se mudaram para pontos melhores”, afirmou, completando que, atualmente, não estão programadas novas transferências. Salvetti esclareceu ainda que a retirada do equipamento e outros custos ficam a cargo do permissionário. Após cinco anos vendendo produtos hortifrúti na Av. John Boyd Dunlop, próximo à unidade da escolinha de futebol Chute Inicial do Corinthians do Campo Grande, Reginaldo Lopes da Silva, de 45 anos, foi surpreendido com a notícia de que precisaria mudar a localização da sua banca. Há duas semanas, a Frutaria JB opera na Av. Ibirapuera, na entrada da Vila Castelo Branco. O ponto atual fica cerca de 5,5 km do antigo. Silva revela que, entre as opções dadas pela Setec, poderia ter escolhido uma praça na Rua Domício Pachêco e Silva, no Novo Campos Elíseos. Ele optou por um local perto de outros comércios como padarias e restaurantes, e da 2ª Delegacia Seccional de Campinas. Para ele, isso agrega maior segurança. Nos primeiros dias, o comerciante registrou um faturamento 30% inferior ao de costume. Porém, acredita que as vendas irão alavancar com o passar do tempo. Apesar de similar, a estrutura atual é maior, fato que implica no aumento da mensalidade junto a Sete, que tem como um de seus critérios a metragem do ponto. “Eu pagava em torno de R$ 350,00. Calculo que vai saltar para uns R$ 600,00”, disse, acrescentando que aproveitou a mudança para trocar seu equipamento. “Eu investi uns R$ 30 mil. Temos que superar os obstáculos”, encerra. Mobilidade vai beneficiar 450 mil pessoas Segundo a Emdec, a implantação dos corredores BRT é a principal obra na área de Mobilidade Urbana que Campinas recebe, desde a década de 70. A autarquia estima que 450 mil pessoas, ou seja, cerca de um terço da população da cidade, residentes nos distritos do Ouro Verde e Campo Grande, serão beneficiadas diretamente. “Obra gera transtornos momentâneos”, informa trecho da nota. O BRT, composto por três corredores (Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral), totaliza 36,6 km de extensão, custará R$ 451,5 milhões e deve ser concluído em 2020.

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