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Brasil confia em jornais e revistas

O Brasil é o quarto país que mais confia no conteúdo produzido por jornais e revistas, aponta a pesquisa global "Trust in the Media", da Ipsos

Da Agência Anhanguera
21/07/2019 às 13:55.
Atualizado em 30/03/2022 às 22:37

O Brasil é o quarto país que mais confia no conteúdo produzido por jornais e revistas, aponta a pesquisa global “Trust in the Media”, da Ipsos. O levantamento foi divulgado na última terça-feira. Seis em cada dez brasileiros (65%) confiam em veículos impressos. Globalmente, o índice é de 47%. Por outro lado, 8% dos brasileiros não confiam e 23% não têm muita confiança. A Sérvia é a nação que menos confia, com 11%. O estudo mostra que outros meios de comunicação também possuem boa aceitação entre a população brasileira: 65% afirmam que confiam na televisão e no rádio e 58% em sites de notícias e plataformas on-line. No mundo, os índices são de 49% e 45%, respectivamente. O Brasil também está entre os países que mais acreditam que os jornais e revistas são relevantes. Enquanto a média global é de 54%, a brasileira está em 70% (empatada com Malásia), atrás apenas de Índia (82%) e África do Sul (74%). A relevância dos outros meios no País também está em alta: televisão em rádio (69%) e sites de notícias e plataformas online (70%). Globalmente, metade dos entrevistados (50%) acreditam que jornais e revistas agem com boas intenções. No Brasil, o percentual é de 63% (o mesmo para os veículos on-line). Os brasileiros acreditam ainda mais na boa intenção da televisão e do rádio (65%). “O Brasil tende a ser uma população que valoriza e confia na mídia mais do que grande parte dos países do mundo. O brasileiro é um cidadão que acredita na mídia e no valor que ela tem para informar e instruir”, afirma Diego Pagura, diretor na Ipsos Brasil. Outras fontes No mundo, as pessoas confiam mais em mídias que elas conhecem pessoalmente (72%) do que on-line (27%). Os brasileiros também confiam mais nos conhecidos ‘face a face’’ (73%) do que pela internet (38%). Entre os entrevistados globalmente, a percepção de relevância das notícias e informações recebidas por pessoas conhecidas pessoalmente também é maior (70%) do que as enviadas por contatos da internet (36%). No Brasil, os índices são de 76% e 48%, respectivamente. Somente 39% dos entrevistados globalmente acreditam que as pessoas conhecidas pela web agem com boas intenções quando compartilham informações. O índice é bem maior para quem conhecem cara a cara (72%). No Brasil, os resultados são ainda mais altos: 49% e 76%, respectivamente. “As pessoas reconhecem que a relevância da informação que vêm de pessoas que conhecem pela internet é menor. Elas já reconhecem e antecipam que esse conteúdo talvez seja menos importante”, pontua Pagura. Fake News No entanto, o Brasil está entre os países que também mais acredita que o conteúdo falso prevaleça em jornais e revistas (59%). A Sérvia é o que mais acredita, com 82%. O índice global é de 52%. Entre os entrevistados brasileiros, a percepção de que as fake news prevalecem na internet é ainda maior, com 68% — média acima do que a global (62%). Para a televisão, os índices são de 61% e 52%, respectivamente. As informações obtidas entre os amigos também geram desconfiança, já que 61% dos brasileiros acreditam que eles podem trazer conteúdo falso. A média global é de 37%. A possibilidade de conteúdo falso é ainda maior entre conhecidos apenas pela internet, com 67% no Brasil e 54% no mundo. Credibilidade é bem maior que rede social Adaptados à era digital, jornais e revistas oferecem a suas audiências um jornalismo qualificado em diferentes formatos nos meios on-line e papel. A união entre o conteúdo jornalístico e a multiplicidade na distribuição de conteúdo sem a contaminação da desinformação espalhada nas redes sociais sustenta os índices de credibilidade dessas publicações, os mais elevados entre todas as mídias. É o que mostra um estudo da Kantar Media. Os dados levantados pela empresa de pesquisas revelam ainda que as edições em papel de jornais e revistas são, por suas características, o carro-chefe desse crédito. A confiança do consumidor na mídia noticiosa impressa, de acordo com os levantamentos, é duas vezes maior do que a das mídias interativas, como o Facebook. A pesquisa, feita em 2018, revela que jornais e revistas têm, respectivamente, a confiança de 67% e 72% dos entrevistados quando eles acessam notícias, contra 33% das redes socais. O mesmo estudo mostra que os meios impressos apresentam as menores taxas de rejeição: 53% afirmam que a publicidade em jornais não incomoda de forma alguma, enquanto nas revistas este percentual é de 48%. SAIBA MAIS A pesquisa on-line da Ipsos foi realizada com 19,5 mil entrevistados em 27 países, incluindo o Brasil, entre 25 de janeiro e 8 de fevereiro de 2019. A margem de erro para o Brasil é de 3,1 pontos percentuais. A Ipsos é uma empresa de pesquisa de mercado independente, presente em 89 países. A companhia, que tem globalmente mais de 5.000 clientes e 17.600 colaboradores, fornece dados e análises sobre pessoas, mercados, marcas e sociedades para facilitar a tomada de decisão das empresas e das organizações. É considerada a maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo. PONTO DE VISTA NELSON HOMEM DE MELLO é diretor editorial do Grupo RAC Uma arma poderosa da sociedade O jornalismo profissional de qualidade sempre foi uma arma poderosa da sociedade. É inegável sua contribuição histórica em defesa dos cidadãos. Com a proliferação das redes sociais, a mídia qualificada ganhou ainda mais importância para checar — e desmascarar — falsidades veiculadas na internet, uma realidade virtual que muito frequentemente se assemelha a truques de ilusionismo, através dos quais o público não sabe se aquilo que vê corresponde à verdade. Nesse quadro que nos trouxe a modernidade, os jornais tradicionais — seja lá em que plataforma estejam — continuam sendo um atestado de veracidade.

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