PROTEÇÃO

Bosque dos Jequitibás reforça cuidado com animais no frio

Temperatura e alimentação são adaptadas para assegurar o bem-estar

Bianca Velloso/ [email protected]
05/07/2023 às 09:22.
Atualizado em 05/07/2023 às 09:22
Lonas plásticas pretas foram instaladas e permanecerão até a chegada do período de calor; temperatura corporal das aves gira em torno de 42˚C, por isso precisam de reforço alimentar durante o outono e o inverno (Rodrigo Zanotto)

Lonas plásticas pretas foram instaladas e permanecerão até a chegada do período de calor; temperatura corporal das aves gira em torno de 42˚C, por isso precisam de reforço alimentar durante o outono e o inverno (Rodrigo Zanotto)

A época mais fria do ano demanda atenção extra com a saúde dos animais, uma vez que eles precisam de mais energia para manter o corpo aquecido. No Bosque dos Jequitibás, a equipe técnica adota cuidados especiais com os animais nas estações de outono e inverno. Veterinário, biólogo e tratadores desenvolvem estratégias para manter os animais aquecidos e assegurar o bem-estar dos bichos.

Medidas como aumento das áreas de abrigo, instalação de lonas plásticas, maior utilização de feno nas áreas fechadas e adequações na alimentação foram adotadas para garantir a nutrição e saúde. O espaço, que conta com cerca de 200 bichos entre mamíferos, aves e répteis, segue fechado para visitação do público, com previsão de reabrir ainda em julho, ao longo das próximas duas semanas.

O médico-veterinário responsável técnico pelo zoológico do Bosque dos Jequitibás, Douglas Presotto, explicou que a equipe monitora as condições climáticas para eventuais ajustes, como aumentar ou reduzir os abrigos. “Eles vão precisar, no inverno, de mais calorias e gorduras para produzir mais energia e manter as funções do corpo. Se não tivéssemos esses cuidados, a saúde dos animais e a nutrição ficariam comprometidas. Além dos riscos de doenças.”

As aves são as que demanda mais adaptações. A temperatura corporal desses animais é de, em média, 42?˚C, por isso, precisam de reforço alimentar para manter essa média interna quando a temperatura externa diminui.

Para os herbívoros, como araras, papagaios, maritacas e periquitos, há aumento da quantidade de sementes oleaginosas, como a semente de girassol, que são calóricas e oferecem mais energias a essas aves. Esses animais também continuam a consumir frutas como mamão, milho, maçã e banana.

A diferença básica na alimentação com sementes e frutas das aves é o aumento da oferta.

“No frio, elas têm uma necessidade energética maior. Aumentamos a quantidade de alimentos e oferecemos semente de girassol. Na primavera, nós tiramos a semente de girassol, porque ela pode causar problemas no fígado por conta da gordura”, disse o veterinário do Bosque dos Jequitibás.

Além disso, foram instaladas lonas plásticas pretas, que permanecerão até a chegada do período de calor. Nos recintos dos mamíferos, como jaguatirica, cachorrodo-mato, antas, macacos, tamanduás e outros, uma quantidade maior de feno é colocada nas áreas fechadas que servem de abrigo aos animais. A alimentação também é reforçada no período frio.

“Aumentamos a quantidade de alimentos para que eles tenham mais energia”, esclareceu Presotto.

Para os animais carnívoros, incluindo aves rapinantes, é oferecida uma quantidade maior de alimentos, como carne bovina picada e camundongos de laboratório, que o Bosque recebe abatidos e congelados de um estabelecimento parceiro.

Outra mudança na rotina desses animais é que eles tendem a se reproduzirem menos, devido ao frio, conforme explicou o veterinário Responsável Técnico pelo Zoológico do Bosque dos Jequitibás. Vale lembrar que em 2019, foi anunciado que o zoológico do Bosque seria desativado progressivamente, ou seja, os animais que morreram não seriam substituídos. A medida prevê a desativação em até 10 anos. Essa decisão foi para atender as reivindicações de defensores dos animais.

Uma quantidade maior de feno foi colocada nas áreas fechadas nos recintos que abrigam os mamíferos (Rodrigo Zanotto)

Uma quantidade maior de feno foi colocada nas áreas fechadas nos recintos que abrigam os mamíferos (Rodrigo Zanotto)

AUTORIZAÇÃO

Fechado desde o dia 24 de janeiro, o Bosque estava aguardando liberação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão estadual, para realização do manejo das árvores no local. A intervenção só poderia iniciar mediante a aprovação, pois o local é tombado como patrimônio cultural e histórico. O órgão estadual liberou esse trabalho.

Durante a entrega de duas praças no distrito do Ouro Verde, no dia primeiro de julho, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), revelou que a reabertura do Bosque dos Jequitibás deve acontecer ainda no mês de julho.

"Nós tivemos a notícia que o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) autorizou a realização do manejo de árvores no Bosque dos Jequitibás. É bem provável que a gente faça as intervenções necessárias a partir da próxima semana para reabrir o mais rápido possível. A gente sabe que a população adora o Bosque e temos permissionários que estão sofrendo, mas necessitávamos dessa autorização do órgão estadual”.

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