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Bonecas levam alegria ao mundo

Costuras voluntárias e repletas de boa vontade já conduziram 1,5 mil brinquedos a quem precisa

Renato Piovesan
07/04/2019 às 13:35.
Atualizado em 04/04/2022 às 10:41

Os brinquedos são considerados importantes aliados no processo de aprendizagem das crianças. É por meio do brincar que os pequenos desenvolvem elementos fundamentais na formação da personalidade, já que experimentam situações, organizam emoções e estimulam a curiosidade e autoconfiança. Só que o que parece comum para muitas famílias é uma verdadeira joia rara para tantas outras.  Foi pensando nas crianças que nunca tiveram um brinquedo durante toda a vida que duas amigas de Paulínia, a jornalista Elisandra Bueno, 37, e a dona de casa Cibele Renata Montagner Siqueira, 38, se uniram em 2013 com o objetivo de costurar bonecas ou bichos feitos de tecido. Após cursos, agulhas quebradas e muitas costuras tortas, o projeto foi ganhando forma e a ideia atraiu outros amigos que também ajudaram na primeira produção. Em seis meses, foram produzidas e enviadas 25 bonecas e 25 dinossauros que atravessaram o oceano para brincar com as crianças de uma creche na Suazilândia (oficialmente Reino de Essuatíni), um país da África Austral. Hoje, o projeto conhecido como Joelhos de Pano já reúne cerca de 30 voluntários, a maioria mulheres. Juntas, coonfeccionaram mais de 1.500 bonecas que fizeram a alegria de crianças do Brasil e do mundo. Todo material é produzido e enviado voluntariamente, sem a necessidade de qualquer custo para as crianças ou organizações que recebem o material. "Nas entregas das bonecas que participamos, foi apaixonante ver os olhinhos emocionados das crianças. Em tantos outros locais que fizemos entregas, mas que não pudemos acompanhar, os relatos foram os mais emocionantes possíveis. O que nos alegra é saber que uma ação tão pequena possa fazer a diferença de alguém que está tão longe", destaca Elisandra. A ação social missionária já chegou em diversos lugares do mundo, como na África do Sul, Arequipa, no Peru, Índia, Síria, Tunísia e Marrocos. No Brasil, foram entregues bonecas e bichinhos para crianças internadas no Centro Infantil Boldrini, em Campinas, Hospital do Câncer de Barretos, além de pequenos ribeirinhos de cidades litorâneas e de comunidades do Rio de Janeiro. Elisandra conta que as bonecas são costuradas e adaptadas conforme o destino delas. "Nossas bonecas são enviadas com as características das crianças que vão receber. Então, para a Índia, enviamos indianas, com roupas típicas. Para países na África, fizemos bonecas negras, com vestidos confeccionados em tecidos africanos. Na entrega de Natal para crianças em tratamento no Hospital do Câncer de Barretos, todas as bonecas ficaram carequinhas", explica. Apesar de focar o público infantil, o projeto Joelhos de Pano também já fez a alegria dos mais velhinhos. Em uma ação no Centro de Geriatria de Paulínia, muitas idosas se emocionaram porque não tinham bonecas quando crianças. As mães faziam as bonecas com espigas de milho, apenas. Foi somente na faixa dos 80 a 90 anos que elas ganharam uma boneca pela primeira vez na vida. Semanal As reuniões do Projeto Joelhos de Pano acontecem semanalmente em uma escola de costura na Vila Bressani, em Paulínia, nas tardes de segundas-feiras. Não é preciso saber costurar para fazer parte do grupo. Muitas das voluntárias chegaram cruas e hoje se encontraram na costura ou no artesanato. SAIBA MAIS Para ajudar o projeto, os interessados devem entrar em contato pelo telefone (19) 99129-8081 ou pelas páginas do "Joelhos de Pano" no Facebook e no Instagram. Os custos para manter o projeto vêm tanto de doações (de material e em espécie), como da venda de bonecas sob encomenda. No valor de venda da boneca está incluso o custo da doação, então a cada boneca vendida, uma outra é doada. São realizadas também duas festas anuais, uma em cada semestre, para exposição do projeto e seus materiais, e também arrecadação de verba para compra de material e manutenção do projeto ao longo do ano. O maior gasto hoje para o projeto é com o envio dos presentes pelos Correios.

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