CAMINHONEIROS

Bombas secas e ônibus parando

Postos de Campinas ficam sem combustível e transporte público terá menos veículos rodando

Alenita Ramirez
24/05/2018 às 08:05.
Atualizado em 28/04/2022 às 09:49
Passageiros aguardam ônibus na Avenida João Jorge, ontem à noite: frota vai ser reduzida a partir de hoje (Leandro Ferreira/AAN)

Passageiros aguardam ônibus na Avenida João Jorge, ontem à noite: frota vai ser reduzida a partir de hoje (Leandro Ferreira/AAN)

O protesto nacional dos caminhoneiros entra em seu quarto dia contra os aumentos no preço do óleo diesel já ameaça o abastecimento em alguns setores na região de Campinas. De acordo com Flávio Campos, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap), os caminhões-tanques que transportam combustíveis não saíram ontem da Replan - e o estoque nos postos deve durar no máximo até hoje. Mas ontem à noite já havia casos de postos com as bombas secas em Campinas, Sumaré e Indaiatuba. “Hoje (ontem) não chegou nada de combustível nos postos. E se a greve continuar pode haver falta generalizada”, disse. A paralisação também afeta os aeroportos. Se ela durar mais alguns dias, os voos ficarão comprometidos. A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o terminal campineiro, informou que até ontem o abastecimento das aeronaves estava normal, mas já avisou que o estoque é suficiente apenas para mais dois dias. O aeroporto tem uma média diária de 300 voos. “Esse problema precisa ser resolvido, porque se nada mudar nos próximos dias nós vamos começar a ter desabastecimento nos postos de combustíveis”, comentou o diretor regional da Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Campinas, José Nunes Filho. Em nota, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Ciesp, Paulo Skaf, também manifestou sua preocupação. “A greve já está gerando prejuízos importantes para a indústria e para a sociedade. Espera-se que um entendimento imediato para que a situação volte à normalidade”, frisou. Outro setor que também pode ser afetado com a continuação do protesto é o alimentos in natura. A Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) informou ontem que ainda não houve impacto no abastecimento ou nos preços dos produtos, mas essa situação poderá mudar caso a greve perdure por muito tempo. Sindicato O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp), José Alberto Panzan, disse que o movimentom, que ocorre em todo o País, foi organizado pelos motoristas autônomos e que sua entidade não teve participação - mas defende o movimento. “A política de reajustes de combustível é inviável. Não temos como repassar aumento para nossos clientes e somos prejudicados. Em 30 ou 40 dias houve um aumento de 20% no preço do combustível. É um absurdo”. Segundo ele, os empresários do setor de transportes orientaram seus funcionários para que parem ou aguardem em segurança caso haja manifestações. “A manifestação vem sendo pacífica. Aqui na nossa região não estão parando nas rodovias, mas nos postos das estradas. Só ocupam o acostamento em trechos onde não há postos”, afirmou. Panzan admite que o abastecimento em alguns setores pode ser prejudicado caso o protesto persista por mais um dia. “E eu acredito que esse protesto não deve acabar antes da sexta-feira”.

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