SEM ALVARÁ

Boates ignoram lacração e reabrem no Carnaval

Fiscalização da Prefeitura, no entanto, não registra flagrantes

Felipe Tonon
11/02/2013 às 23:21.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:55
Movimento na casa noturna Mog no último domingo: porta aberta (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Movimento na casa noturna Mog no último domingo: porta aberta (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Duas semanas após a Prefeitura deflagrar uma operação para interditar casas noturnas em Campinas sem alvará ou com pendências com o Corpo de Bombeiros, algumas boates fechadas reabriram no final de semana do Carnaval. Das 15 interditadas pela Prefeitura, nove foram visitadas pela equipe do Correio e seis estavam funcionando normalmente na noite de domingo (10). Apenas três cumpriam a determinação da Administração municipal e permaneciam fechadas.

Os donos das boates defenderam a reabertura e acusaram a Secretaria de Urbanismo de demora na emissão dos documentos. As casas que reabriram poderão ser multadas, mas, para que isso aconteça, é preciso que os fiscais flagrem seu funcionamento. A Prefeitura informou, pela assessoria de imprensa, que a fiscalização nas boates de Campinas continuaram no final de semana do Carnaval, mas nenhuma casa foi multada ou fechada por descumprir a ordem de interdição.

Segundo o último balanço da Prefeitura, divulgado na tarde de sábado (9), das 30 casas vistoriadas entre 31 de janeiro e o último dia 7, 15 boates estavam fora das regras e seguiam interditadas. A emissão de alvará só seria retomada após o Carnaval.

De acordo com informações do diretor de Controle Urbano, Moacir Martins, por meio de assessoria de imprensa, algumas casas já haviam cumprido as exigências para se regularizar, mas disse que os números só seriam divulgados na quarta-feira (13), quando o expediente dos serviços públicos fosse retomado.

As boates que apareciam na relação da Prefeitura de interditadas e que o Correio flagrou funcionando no domingo foram Armorial, Espaço Mog, Tetriz Club, Kitnet, Troia Club Bar e Woodstock Bar. Dessas, a boate Kitnet, no Vila Nova, não foi vistoriada porque nas visitas dos fiscais a boate estava fechada. Opera 7, Túnel do Tempo e Delta Blues cumpriram a ordem e não abriram.

O gerente do Troia Club, localizado no Cambuí, afirmou que tinha liminar que autorizava a abertura da casa, mas não quis apresentar o documento. As outras boates também não apresentaram alvará autorizando a reabertura. Todos os locais fechados estavam interditados por falta de documentação ou por falta de dispositivos de segurança como extintores ou placas e luzes de emergência.

Na tarde desta segunda-feira (11), o Correio procurou os representantes das demais casas noturnas reabertas para saber se elas haviam recebido o alvará da Prefeitura, mas só conseguiu contato com a Armorial. “A casa não pode mais ficar fechada, sendo que atendeu todos os requisitos e até mais do que nos foi exigido. É um prejuízo incalculável”, afirmou Thiago Zímaro. Ele disse que os documentos comprovando as adequações na Armorial já foram entregues à Prefeitura e criticou a demora na liberação do documento.

Na semana passada, a Cachaçaria São Joaquim foi multada em R$ 1,5 mil por ter descumprido a determinação da Prefeitura de manter as atividades suspensas até a regularização do alvará de funcionamento. A casa noturna abriu no final de semana passado, desobedecendo a interdição. Apesar da multa, a casa foi liberada pela Administração após passar por nova vistoria.

(Colaborou Fabiana Marchezzi/Especial para a AAN)

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