NATUREZA

'Berçário' de aves nasce em piscinão de Campinas

Bacia de contenção na Norte-Sul vira refúgio de pássaros migratórios, encantando campineiros

Henrique Hein
henrique.hein@rac.com.br
18/05/2019 às 20:04.
Atualizado em 03/04/2022 às 20:41

A presença de uma nascente transformou o piscinão da Avenida Norte-Sul, em Campinas, em um berçário de aves migratórias. As espécies encontraram no espaço um ambiente rico em alimentos e com características favoráveis para reprodução. A presença desses animais tem encantado os campineiros que passam pela região todos os dias ou que trabalham nas imediações. Para zoóloga do Departamento de Bem Estar Animal (Dpbea) da Prefeitura de Campinas, Eliana Ferraz, o motivo principal da aparição dos pássaros está diretamente ligado a grande urbanização das cidades. Ela explica que, cada vez mais, inúmeras espécies estão perdendo seus habitats em razão da prática do desmatamento ilegal e da falta de preocupação das pessoas com a preservação desses espaços. “A redução das áreas verdes é um problema mundial e que está causando um desequilíbrio imenso para os animais, que estão migrando para outras regiões em busca de alimentos e de um local para sobreviver”, comentou. No caso da bacia de contenção da Norte-Sul, confluência entre as avenidas Orosimbo Maia e a Júlio Prestes, é possível encontrar inúmeras espécies diferentes convivendo juntas, como o pernilongo-de-costa-branca e o maçaricão. Algumas outras espécies ainda chamam a atenção por serem típicas da região do Pantanal, como o tapicuru: uma ave que tem o hábito de caminhar lentamente por lagos rasos e, com o bico, ficar sondando a lama em busca de alimentos como crustáceos e moluscos. “No Pantanal é muito comum essa ave se reproduzir em colônias, mas aqui em Campinas, eles estão fazendo o ninho no chão ou em áreas abertas, porque estão protegidos pelo espaço que possui características semelhantes à de um vale”, disse. Eliana afirmou ainda que a região escolhida pelos animais para reprodução não é à toa. “Tem um assoreamento que cresceu junto com a vegetação. O espaço conta ainda com água razoavelmente rasa, o que permite com que espécies como o tapicuru, caminhem por ela em busca de alimentos”, ressaltou. O trecho conta com um manancial formado pelos córregos Proença e Serafim, que depois formam o Ribeirão Anhumas. Preservação Apesar de a história dos pássaros exóticos do piscinão chamar atenção, Eliana explica que a preservação deste e de outros espaços com vegetação segue sendo o único meio possível de garantir a preservação de espécies como pernilongo-de-costa-branca, o maçaricão e o tapicuru. “É importante preservar o meio ambiente e as nascentes, para que os animais possam continuar procriando, já que eles, em sua grande maioria, têm essa capacidade de se adaptar ao ambiente urbano, se encontrarem condições mínimas de sobrevivência”, comentou

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