SEGURANÇA

Beltrame defende apoio privado às políticas públicas

Secretário de Segurança Pública esteve em Campinas a convite do Grupo de Líderes Empresariais

Felipe Tonon
22/11/2013 às 07:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 23:27

O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, responsável pela implantação do projeto de pacificação das favelas cariocas, defendeu nesta quinta-feira (21), em Campinas, o apoio privado às políticas públicas e disse que os reflexos da violência influem no desenvolvimento econômico, afastando empresas. Ele participou de um debate sobre segurança promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) no Royal Palm Plaza Resort. O evento contou com a presença de autoridades e empresários da região.“O Rio de Janeiro ficou viúvo de empresas porque vieram para São Paulo, com medo da violência. Não há a menor possibilidade de haver desenvolvimento perene sem segurança pública”, enfatizou. O secretário do Rio defendeu que o principal investimento a ser feito pelo poder público é na segurança, para que outras políticas aconteçam com qualidade. Ordem social“Para mim, não há educação onde um professor dá aula na escola e do lado de fora um pessoa está com um fuzil. Não há saúde de qualidade onde em um posto de saúde traficantes invadem e levam o médico sob ameaça para atender um traficante ferido no morro. Segurança é o primeiro dos direitos.” O presidente do Lide Campinas, Juan Quirós, afirmou que é possível a integração dos empresários com as políticas públicas voltadas à segurança. “O setor privado tem recursos que podem ser investidos em inteligência, cooperando com o poder público.” Para Beltrame, essa cooperação é importante. “O sistema privado tem muita força. Ele pode ajudar conversando com o governo e mostrar sua força no sentido de ajudar, seja pedindo solução para algum problema, seja mostrando alguma lacuna que precisa ser preenchida.”Política habitacionalSegundo Beltrame, o abandono de políticas habitacionais foi um dos fatores que levou à ocupação dos morros cariocas. O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) afirmou que esses locais se transformaram em “bolsões de violência”, mas ponderou. “Há uma discriminação injusta com os bairros mais pobres, onde 99,9% são trabalhadores, não bandidos.” O secretário do Rio concordou. “Quando eu falo em favela não falo que tem que acabar, mas modificar, um reordenamento disso, porque onde você tem área desorganizada é muito mais fácil a concentração de bandidos.”O secretário de Segurança de Campinas, Luiz Augusto Baggio, ressaltou a importância da troca de experiências. “Nós não podemos mais ficar compactando o país e não podemos partidarizar ou regionalizar as questões de desenvolvimento e bem-estar dos brasileiros.”O diretor presidente do Grupo RAC, Sylvino de Godoy Neto, elogiou a participação de Beltrame no evento, que elevou o discurso acerca do tema. “Foi brilhante a palestra. Ele trouxe informações muito importantes e esclarecedoras sobre a maneira com que se combate a criminalidade e a violência.”

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