Barreiro cobra conduta de empresas de delivery

O secretário de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro, ameaçou realizar uma campanha contra as empresas que prestam o serviço de entrega em domicílio na cidade, como Uber Eats, Rappi e IFood, se elas não promoverem regras de conduta responsável no trânsito para seus prestadores de serviço. Barreiro disse que se reunirá no final do mês com representantes das principais empresas do ramo para falar sobre o assunto. Segundo ele, a plataforma que não aplicar ações de prevenção, verá a Emdec fazer “uma campanha para que você (consumidor) não peça mais comida nessas empresas”, disse. O secretário justificou a decisão, alegando que durante a pandemia aumentou a quantidade de motociclistas flagrados pela companhia desrespeitando regras de trânsito para entregar os pedidos o mais rápido possível. “Dentro do grupo de motoristas que fazem entregas, uma grande parcela não está respeitando as regras de trânsito”, afirmou ele. No começo do mês, um grupo de entregadores se concentrou na Torre do Castelo, em Campinas, e saiu em carreta para reivindicar melhores condições de trabalho nas plataformas. A manifestação fez parte da paralisação nacional, convocada pela categoria, que alega até hoje sofrer com a falta de assistência e direitos básicos. Em abril, motoboys e ciclistas também promoveram uma manifestação semelhante em Campinas, que terminou no escritório do iFood na cidade. Vítimas fatais De acordo com dados divulgados na última segunda-feira pelo Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga), 80% das mortes provocadas por acidentes de trânsito nas vias municipais de Campinas, no primeiro semestre deste ano, envolveram pedestres e motociclistas. Ao todo, onze pedestres e nove condutores de moto perderam no período. Houve ainda três mortes relacionadas aos ocupantes de automóveis (não necessariamente o condutor), além de um ocupante de caminhão e um ciclista. “Com o trânsito mais livre, muitos acham que podem abusar e fazer o que bem entender como passar batido pelo sinal vermelho e andar acima do limite de velocidade. As nossas capturas de infrações aumentaram nesse período, principalmente a eletrônica”, disse Barreiro. Ainda de acordo com o Infosiga, das 25 mortes por acidente de trânsito nas vias municipais, 11 óbitos ocorreram em janeiro, três em fevereiro, quatro em março, quatro em abril, uma em maio, além de outras duas em junho. Desse montante, 10 mortes foram causadas por atropelamento, quatro por colisão contra outros veículos; cinco por choque contra poste, barreira, veículos estacionados e árvores; e seis por outros motivos não especificados no relatório.