BRT

Barreiro afirma que Terminal Campos Elíseos fica pronto em abril

Edital para relicitação das obras do Lote 4 deve ser divulgado até o final de março

Ronnie Romanini/ [email protected]
10/03/2023 às 08:44.
Atualizado em 10/03/2023 às 08:44
Lote 3 inclui o Terminal Campos Elíseos , no qual as obras estruturais estão sendo totalmente finalizadas e entregues no mês de abril, segundo o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro (Alessandro Torres)

Lote 3 inclui o Terminal Campos Elíseos , no qual as obras estruturais estão sendo totalmente finalizadas e entregues no mês de abril, segundo o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro (Alessandro Torres)

O secretário de Infraestrutura de Campinas, Carlos José Barreiro, confirmou que o Terminal BRT Campos Elíseos ficará pronto e será entregue ainda no próximo mês. A previsão é a de que até meados de abril as obras estruturais estejam totalmente finalizadas. Barreiro informou que essa é a última etapa do Lote 3 e acrescentou que as obras restantes do Lote 4 do BRT serão relicitadas e o edital deve ser divulgado até o final deste mês. A relicitação foi necessária depois que, no ano passado, a Prefeitura rompeu o contrato com o consórcio responsável pelo Lote 4, justamente pelo atraso nas obras.

O secretário argumentou que o Lote 1 do BRT está totalmente concluído, enquanto que a pendência no Lote 2 se concentra em alguns viadutos, que deverão ficar prontos até o final deste ano. Em relação ao Lote 3, justamente o do Terminal Campos Elíseos, a finalização e entrega, somada às restantes do Lote 2, vão deixar as obras do BRT 96% completas, restando apenas os 11% que o consórcio não fez do Lote 4, o que representa 4% no total da obra. 

"No Lote 4 temos três estações faltando para serem construídas também, então tivemos que refazer esse processo todo de licitação e, correndo tudo bem, devemos concluílo ainda no primeiro semestre. É uma obra que deve ficar pronta em 10, 12 meses", disse Barreiro. 

Isso significa que o prazo de conclusão de todas as obras do BRT, atualmente no final deste ano, não deve ser cumprido e é possível que aconteça apenas em 2024.

Operação piloto 

O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Vinicius Riverete, informou que a Emdec vai começar uma operação piloto no Terminal BRT Ouro Verde, assim como aconteceu com a linha do BRT20 (BRT Campo Grande Semiexpresso) em novembro do ano passado, mesmo com a necessidade da relicitação. 

"No BRT Campo Grande começamos em novembro de 2022 e ampliamos este ano, essa foi uma fase. A outra, que nós decidimos em conversas com o prefeito Dário Saadi (Republicanos), foi inclusive um pedido dele, é usar o BRT Ouro Verde independentemente da obra. Não posso esperar ela ficar pronta, então optamos por começar essa operação piloto no BRT Ouro Verde." 

De acordo com Riverete, a operação seria realizada no antigo Terminal Ouro Verde, nas Estações Vila Rica, Anhanguera, Parque Industrial, São Bernardo, Mário Gatti e João Jorge e no Terminal Central. 

"Vamos usar todos esses espaços assim como foi feito anteriormente e o BRT Ouro Verde será utilizado no horário de pico. Como essas estações acabaram de ser entregues em janeiro, estamos fazendo ajustes, testes e no dia 31 de março começa a operação piloto do BRT Ouro Verde, nessas oito estações e terminais, a princípio com quatro veículos, que é o suficiente para o piloto. No mês de abril ou maio, devemos ampliar, com mais veículos. Acreditamos que esse é o início da utilização do BRT do corredor Ouro Verde para que a gente possa realmente utilizar o viário que está pronto e algumas estações".

Vereador do PT quer CPI 

O vereador do PT, Cecílio Santos, fez um requerimento e agora colhe assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende apurar todo o processo de implantação do BRT em Campinas, devido aos atrasos no cronograma e o aumento de custos. Oito vereadores assinaram, sendo que são necessárias 11 assinaturas. 

No pedido Cecílio citou "atrasos para conclusão das obras dos corredores", "expectativa de aumento de custos", "constantes reclamações dos moradores impactados pelas obras inacabadas", "trânsito lento", "ocorrência de acidentes" como motivos para requerer a criação da CPI. Objetos de apuração: elaboração dos projetos, as desapropriações, licitações, assinaturas de contratos, execução das obras e pagamentos pelos serviços. Cecílio também ressaltou no requerimento que o BRT é o maior investimento público realizado na cidade nos últimos anos e que cinco anos depois do início dos trabalhos, tornou-se um dos principais problemas de mobilidade para quem mora nas duas maiores regiões de Campinas, Campo Grande e Ouro Verde.

"Trechos inacabados e sem previsão de conclusão dificultam o tráfego. Estações não compatíveis com a frota existente não permitem que os ônibus utilizem os corredores, fazendo com que o transporte público e os veículos particulares circulem na mesma faixa. Isto gera uma imagem triste nas manhãs e nos fins de tarde com longos congestionamentos ao lado de um imenso corredor totalmente inútil." 

Cecílio fez questão de frisar que a intenção é entender os acordos entre Prefeitura e empresas, as obrigações que elas têm, citando, mas não acusar precocemente ninguém de nada. 

"O que foi contratado? Foi cumprido? Se não foi entregue, quem vai terminar e bancar? Não tem garantia para ambos os lados no contrato com empresa responsabilizando-se por entregar a obra? (...) O município deve fiscalizar e acompanhar essa questão para que tudo seja entregue com base no contrato feito. Sabemos que houve aditamentos em termos de prazo para a entrega e isso implica em custos. Entendo que teve a pandemia de covid-19, que as pessoas ficaram doentes, mas precisamos fiscalizar e fazer com que tudo isso fique transparente." 

Cecílio acrescentou que por se tratar de uma obra pública, todas as informações também precisam ser públicas e que será uma boa oportunidade para a Administração esclarecer tudo que envolve a implantação do BRT. "Nós nem estamos dizendo que houve desvio, não estamos acusando, mas queremos saber o que está acontecendo. São vários questionamentos que tenho e, abrindo a CPI, os demais vereadores também terão os seus questionamentos." 

Até o momento, além de Cecílio, endossaram a abertura da CPI com a assinatura do requerimento as vereadoras do PT, Guida Santos e Paolla Miguel, além de Mariana Conti (PSOL), e os vereadores Paulo Bufalo (PSOL), Gustavo Petta (PCdoB), Major Jaime (PP) e Paulo Gaspar (Novo). 

"Estou conversando com os demais vereadores. Todos têm essa percepção, a sensibilidade de que, de fato, essa obra acabou tornando-se um problema para o município quando fica muito tempo parada e não termina. Estou conversando com todos os vereadores para a assinatura. Queremos dar transparência. Não é possível uma obra dessa magnitude deixar a população reclamando e sem dar satisfação a ela, que está sofrendo. 

A mobilidade urbana impacta muito a nossa vida, e não só de quem mora na região do Campo Grande e do Ouro Verde, que vai trabalhar e é prejudicada, chegando atrasada no trabalho. É uma complicação para toda a cidade. Se estivesse tudo entregue e funcionando, seria um ganho para toda a cidade. É o que a gente quer, que a cidade ganhe em mobilidade urbana e não perca, como ocorre agora."

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