desembolso declarado

Bancada da RMC 'custou' R$ 6,1 mi

Em média, o gasto declarado por político ao TSE até a última sexta-feira, foi de R$ 5,98 por voto, dispendido especialmente com gráficas

Maria Teresa Costa
09/10/2018 às 07:57.
Atualizado em 06/04/2022 às 16:54

Os cinco deputados federais e sete estaduais da Região Metropolitana de Campinas (RMC), eleitos para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e Câmara Federal no domingo, gastaram R$ 6,17 milhões para conquistar 1.031.970 votos nas eleições deste ano. Em média, o gasto declarado por político ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a última sexta-feira, foi de R$ 5,98 por voto, dispendido especialmente com gráficas, combustível e cabos eleitorais. Neste ano, os gastos foram menores do que na eleição anterior, em 2014, quando a RMC também elegeu 12 deputados (seis federais e seis estaduais). Naquele ano, os eleitos declararam despesas de R$ 17,3 milhões para conquistar 1.424.276 votos, a um custo de R$ 11,41 por voto. O maior valor aplicado na eleição deste ano para deputado estadual foi de Rafa Zimbaldi (PSB), de Campinas, que declarou ter gastado R$ 664,5 mil. Na proporção entre gastos e votos obtidos, ele foi o que mais gastou por voto (R$ 8,22), entre os sete políticos da RMC eleitos para a Assembleia Legislativa. Quem menos gastou para se eleger estadual foi Valéria Bolsonaro (PSL), de Campinas, que declarou ao TSE despesas de R$ 2,4 mil para obter 54.519 votos — gasto por voto de R$ 0,04. Já para a Câmara Federal, a maior despesa declarada foi do deputado Paulo Freire (PR), de Campinas, com R$ 1,74 milhão. Ele obteve 109.461 votos, a um custo de R$ 15,89 por voto para se reeleger. A menor despesa de candidato a deputado federal foi declarada por Alexis Fonteyne (Novo), com R$ 2,35 mil para conquistar 45.298 votos. Gastou R$ 0,05 por voto. Salários Os gastos em campanha, com exceção de Paulo Freire, ficaram abaixo do que os eleitos receberão de salários em quatro anos de mandato. Com salário de R$ 25,3 mil mensais, um deputado estadual vai receber em subsídio, sem contar reajustes ao longo do período, R$ 1,21 milhão nos quatro anos. Nenhum deputado estadual eleito superou esse valor na campanha. Na Câmara Federal, o salário é de R$ 33,7 mil mensais, o que dá uma receita salarial de R$ 1,61 milhão durante o mandato. Além do salário, os federais têm uma cota parlamentar de mais R$ 44,3 mil. O salário do deputado estadual representa 75% do valor pago a um deputado federal, por imposição constitucional. Em São Paulo, além do subsídio, os deputados estaduais têm verba de gabinete de R$ 142 mil mensais, para contratar até 32 assessores e eles também têm direito a até R$ 31,3 mil mensais de verba indenizatória. Orçamento enxuto Na eleição deste ano, os gastos ficaram mais enxutos porque os políticos não puderam contar com doações de pessoas físicas para suas campanhas. Além disso, tiveram definidos em lei, no ano passado, limites de gastos. Um deputado federal teve os gastos limitados a R$ 2,5 milhões e um estadual, a R$ 1 milhão. Os candidatos puderam contar este ano com o fundo partidário, um fundo público destinado ao financiamento de suas campanhas eleitores. Em 2018, para a eleição geral, o valor do fundo foi de R$ 1,7 milhão. É um dinheiro que fica nas mãos dos partidos, que acabam priorizando, na distribuição da verba, os candidatos com maior potencial eleitoral. No País, número de deputadas aumenta 51% O número de mulheres eleitas para o Senado Federal se manteve nas eleições deste ano sem alteração, mas a presença feminina aumentou na Câmara e nas Assembleias de forma geral, apontam dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2010, última eleição na qual 2/3 do Senado foram renovados, sete mulheres foram eleitas senadoras. Neste ano, o número se repetiu. As sete senadoras representam 13% dos eleitos neste ano. Apesar disso, nenhuma mulher foi eleita para o Senado em 20 estados — em três deles, Acre Bahia e Tocantins, não houve candidatas. Já na Câmara, houve um aumento de 51% no número de mulheres eleitas em relação a 2014. O número passou de 51 para 77 deputadas neste ano. Isso quer dizer que a nova Câmara vai ter 15% de mulheres na sua composição. Apesar do aumento no número de deputadas federais, três estados não elegeram nenhuma mulher para o cargo: Amazonas, Maranhão e Sergipe. Considerando os deputados estaduais, as mulheres são 15% dos eleitos. Foram 161 deputadas, um aumento de 35% em relação a 2014. Mesmo com a melhoria na representatividade feminina de forma geral no legislativo, a proporção de mulheres segue abaixo do encontrado na população brasileira. No País, a cada 10 pessoas, 5 são do sexo feminino. Base eleitoral de Rafa cresce 107% Dos seis vereadores de Campinas que disputaram a eleição no domingo para deputado estadual e federal, apenas Rafa Zimbaldi (PSB) se elegeu, com uma ampliação significativa de votos em relação a 2014, quando também tentou vaga na Assembleia Legislativa. Naquele ano, Rafa teve 38.885 votos e agora, 80.789, um crescimento de 107% na sua base eleitoral. Em janeiro, quando toma posse no cargo como deputado estadual, o suplente Juscelino da Barbarense (PP) assume a vaga do PP na Câmara de Campinas, perdida este ano, quando Rafa deixou a legenda e foi para o PSB. A vereadora Mariana Conti (PSOL) não conseguiu se eleger deputada estadual com os 35.307 votos obtidos no domingo, mas nos últimos quatro anos ela conseguiu ampliar seu eleitorado em 108%. Quando disputou a eleição para deputada federal em 2014, teve 16.914 votos. Cidão Santos (PROS) também teve mais votos domingo que em 2014. Seu eleitorado cresceu 15,9% entre as duas eleições. No domingo ele conseguiu 13.370 votos, e em 2014 teve 11.528. Já Campos Filho (DEM) perdeu 63,9% de seu eleitorado em quatro anos. Em 2014, ele conseguiu 37.105 votos e no domingo, 13.370. Luiz Rossini (PV) não conseguiu ampliar o número de votantes na sua candidatura. Em 2014, quando disputou para deputado estadual, obteve 11.377 votos. No domingo, quando concorreu a deputado federal, teve 11.125, uma redução de 2,2% em quatro anos. Pedro Tourinho (PT) teve 28.066 votos nesta eleição. Em 2014, ele não concorreu.

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