Equipes da Secretaria de Serviços Públicos iniciaram ontem plantio de 3,2 mil mudas na Praça Brigham Young, no Jd. Novo Campos Elíseos
Balão próximo à Lagoa do Taquaral, onde foi instalado um modelo de microfloresta urbana; expectativa da Prefeitura é criar 200 unidades de microfloresta urbana nas regiões da cidade mais afetadas pelo calor (Alessandro Torres)
A Prefeitura de Campinas iniciou ontem a implantação da primeira microfloresta urbana de Campinas, localizada no Balão do Laranja, na Praça Brigham Young, na Avenida Presidente Juscelino, Jardim Novo Campos Elíseos. A previsão é que 3.240 mudas de árvores sejam plantadas pelas equipes da Secretaria de Serviços Públicos. Essa é a primeira microfloresta urbana oficial do município, sendo que um protótipo foi instalado primeiramente no balão da Praça Fernando Fernandes Olmos, ao lado do portão 6 da Lagoa do Taquaral. Estão previstas 200 microflorestas urbanas em todo o município, nas regiões mais afetadas pelo calor.
No Balão do Laranja, a microfloresta ocupará uma área de 3.240 metros quadrados. Já próximo à Lagoa do Taquaral, o plantio de 2.100 mudas, que terminou na quarta-feira, foi feito em uma área de 4.820 metros quadrados. O intuito do projeto é que as microflorestas possam proporcionar mais sombra, melhorar a qualidade do ar, diminuir a temperatura em ilhas de calor, servir de abrigo à pequena fauna urbana e trazer muito mais benefícios para as pessoas e o meio ambiente. A medida faz parte do plano de enfrentamento aos extremos climáticos da Prefeitura de Campinas.
Algumas das espécies de árvores a serem plantadas na primeira microfloresta são alecrim-de-campinas, peroba-rosa, jequitibá, paubrasil, jatobá, guarantã, pauóleo, ipês rosa, roxo, branco e amarelo, paineiras, quaresmeira, aldrago, cássia, embaúba, angico, pitanga, araçá, oiti, ingá, goiabeira, cereja-do-rio-grande e grumixama. As mudas são do Viveiro Municipal Otávio Tisseli Filho, onde são cultivadas mais de 200 mil unidades de árvores, também de gestão da Administração Municipal.
De acordo com a Prefeitura, há árvores frutíferas entre os espécimes e outras que ficam floridas em determinados períodos do ano. Segundo o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), o projeto das microflorestas vem para potencializar o plantio de árvores na cidade. “Em outros países é uma experiência de sucesso. A aglomeração de árvores permite mais árvores em espaço menor e, com isso, a cidade aumenta a capacidade de combater as ilhas de calor. Os espaços urbanos serão otimizados, dentro de regras, respeitando as normas existentes de arborização urbana. A arborização tradicional vai continuar a ser feita e agora vamos agregar este novo formato, das microflorestas”, disse o prefeito.
“O que se propõe com este projeto é uma nova biologia da paisagem urbana. A importância das microflorestas é ampliar o sombreamento, que pode diminuir (a temperatura) em até 3˚C onde são implantadas, e contribuir para combater as ondas de calor”, enfatizou o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella. Ele acrescentou que elas servem de refúgio para a pequena fauna urbana, oferecendo abrigo, alimento e possibilidade de reprodução dos animais, e para filtrar o ar.
O projeto de implantação e o programa de adoção das microflorestas foram anunciados pela Prefeitura de Campinas há uma semana, no dia 26 de março.
O secretário Ernesto Paulella explicou que a meta é implantar 200 microflorestas na cidade. “Serão utilizados espaços pequenos, como praças, rotatórias ou locais isolados em parques públicos. As árvores para compor as microflorestas poderão vir do Viveiro Municipal Otávio Tisseli Filho ou por meio de doações e/ou compensações ambientais”, explicou.
PROGRAMA DE ADOÇÃO
O projeto de lei que, além de implantar as microflorestas, prevê a criação do Programa de Adoção de Microflorestas Urbanas (Pamu), está em análise na Câmara dos Vereadores. Os adotantes poderão implantar e conservar uma microfloresta ou cuidar de uma já pronta. As áreas terão placas de identificação.
Podem participar do Pamu pessoas jurídicas como entidades da sociedade civil, associações de moradores, sociedades de amigos de bairro e pessoas jurídicas legalmente constituídas e cadastradas no município. A adoção pode ser destinada à implantação da microfloresta urbana e à conservação e manutenção de uma já implantada. “É importante para empresas associar o nome a iniciativas como esta. Todos os segmentos podem aderir seguindo as especificações técnicas avaliadas pela Secretaria de Serviços Públicos”, completou o prefeito, Dário Saadi.
Países como Holanda, Austrália e França já adotam as microflorestas urbanas. Em Campinas, serão priorizadas as regiões com risco de onda de calor nos distritos do Campo Grande, Ouro Verde, Nova Aparecida, Barão Geraldo, Sousas e Joaquim Egídio e regiões dos bairros como Vila Costa e Silva, Vila Miguel Vicente Cury e Jardim Santa Mônica. O estudo que mapeou essas áreas foi feito pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
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