CAMPINAS

Bairros da região Sul lideram casos de dengue este ano

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, somente em três bairros da área Sul - Jardim Fernanda, Campo Belo e São Domingos - foram 208 casos dos 311 registrados

Gustavo Abdel
gustavo.abdel@rac.com.br
10/03/2015 às 06:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:16

Lico, como garrafas, latas e sacos, serem como criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue ( Janaína Ribeiro/ ANN )

A maioria dos casos de dengue registrados até o momento em Campinas está concentrada na região Sul do município, com 311 infectados. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, somente em três bairros da área Sul - Jardim Fernanda, Campo Belo e São Domingos - foram 208 casos nos dois primeiros meses do ano, de um total de 888 registrados até o momento em todo o município.   No ano passado, quando Campinas registrou a pior epidemia de sua história, com 42 mil casos, a concentração da doença ocorreu principalmente na região Noroeste.A mudança de comportamento da dengue este ano se deve ao fato de que muitos moradores da área Noroeste, já infectados no ano passado, estão imunes ao sorotipo 1 - o único tipo de dengue que circula até o momento na cidade.   Estiagem   Segundo o coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, André Ribas Freitas, a falta de imunização dos moradores da região Sul é o principal fator para aumento dos casos neste ano. "A grande quantidade de casos de dengue na região Sul está diretamente ligada a estiagem. Os moradores que receberam água através dos caminhões-pipa fornecidos pela Prefeitura estocaram o líquido, muitas vezes de maneira desprotegida, e contribuiu para a proliferação", explicou Ribas.   Na região Noroeste foram registrados em janeiro e fevereiro 75 casos, Sudoeste 197, Leste 130 e Norte 175. Levantamento da Secretaria de Saúde mostra que o Jardim Fernanda - região Sul -, com aproximadamente 12,5 mil moradores, é que mais apresenta casos de dengue na região Sul, com 107 infectados nos dois primeiros meses do ano.   Já o São Domingos, também com 12,5 mil está com 51 confirmações da doença. A maioria dos casos da cidade são atendidos nos centros de saúde, de acordo com a Prefeitura, que recebem moradores com dores no corpo e que precisam de hidratação. No caso da região Sul, os pacientes mais graves são transferidos para o Hospital Mário Gatti.   Outras áreas   Foto: Janaína Ribeiro/ ANN Jessy diz que recebeu tratamento no Hospital Ouro Verde, onde dividia espaço com muitos pacientes na mesma condição "Também estamos com áreas críticas de casos de dengue no Jardim Aeroporto e regiões dos DICs. E na região Norte, o Jardim Eulina (com 22,2 mil moradores) está com 61 casos confirmados", explicou. Outro dado que preocupa é que dos 64 centros de saúde da cidade, 53 já atenderam casos de pacientes com dengue.Recém-curada de dengue, a moradora do Campo Belo Jessy Gomes, de 25 anos, conta que ficou pelo menos duas semanas com fortes dores no corpo e febre alta.   "Uma situação que não esperamos que vá acontecer com a gente, e de repente estamos de cama", disse. Ela conta que recebeu tratamento no Hospital Ouro Verde, onde dividia espaço com muitos pacientes na mesmacondição que ela.   Cresce procura por soro e repelente   Na principal farmácia do Campo Belo, o gerente Carlos André Marinelli Formoso, de 39 anos, também saía de um quadro de dengue. Aliás, ele e mais três funcionários da farmácia foram vitimas do mosquito contaminado. "No último mês registramos um aumento de 100% nas vendas de soros, repelentes e paracetamol (para controle térmico). Estamos tendo procura diária de pessoas com dengue", relatou.   De acordo com o coordenador André Ribas, as ações de nebulização costal e veicular está sendo intensificada na região Sul, e a Sanasa iniciou um trabalho de conscientização sobre o correto armazenamento de água.   Plano de contingência   O risco de uma nova epidemia de dengue fez a Prefeitura de Campinas criar na semana passada um plano de contingência contra a doença, que envolve ações de quatro secretarias municipais mais a Sanasa. De acordo com o secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, o plano será o primeiro no Brasil a envolver demais secretarias além da Saúde.   As secretarias de Saúde, Educação, Verde e Desenvolvimento Sustentável, Serviços Públicos e também da Sanasa deverão apresentar até o final de março ao prefeito Jonas Donizette (PSB) quais serão as ações imediatas para a prevenção e controle de uma epidemia.

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