Cegonha cabeça-seca é comum principalmente nas regiões do Pantanal e da costa do Nordeste
O Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, em Campinas, abriga uma ave rara no Estado de São Paulo. A Mycteria americana, ou cabeça-seca, como é popularmente conhecida, é comum principalmente no Pantanal e na costa do Nordeste, mas foi flagrada pelo Correio em uma das lagoas da área verde na manhã do último dia 27. O pássaro está na lista de espécies quase ameaçadas de extinção, pela classificação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A bióloga da Fundação José Pedro de Oliveira e especialista em aves, Juliana Vaz Hipolito, afirmou que a ave é vista com frequência no Parque Ecológico, além de viver também em pontos de mata em Barão Geraldo, Sousas e Joaquim Egídio. “Ela costuma se fixar em áreas de manguezais ou regiões alagadas, por causa de sua alimentação e por construir ninhos com a vegetação encontrada nessas áreas”, explicou a especialista.
A ave é a menor das três espécies de cegonhas brasileiras, tem entre 60 e 100 centímetros de comprimento e pesa 2,8 quilos.
De acordo com Juliana, ela vive em grupos. Porém, os mais jovens da espécie associam-se em bandos distintos, vivendo à parte dos casais. “Elas se alimentam de peixes, rãs e insetos, que existem em abundância no parque” , completou a bióloga.
Geralmente alimentam-se coletivamente, com vários indivíduos se deslocando lado a lado na água rasa, movimentando o fundo lodoso com um dos pés para deslocar as presas.
Quando o pássaro sobrevoa muito alto uma área, pode ser confundido com o maguari. Diferente dos adultos, os juvenis possuem a cabeça e pescoço emplumados e o bico mais claro. A distribuição da cabeça-seca no continente americano se estende do Sul dos Estados Unidos à Argentina. No Paraná, na região do alto/médio Iguaçu é uma espécie migrante, sendo encontrada nos meses de outubro a fevereiro com frequência em lagoas que margeiam o rio. Ela era uma das aves aquáticas mais comuns da Amazônia, mas teve seu número reduzido devido à caça predatória nas região.
Parque Ecológico
O Diário Oficial do Estado publicou na última terça-feira decreto em que o governo estadual cede por 99 anos a área do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, na região Leste, a Prefeitura de Campinas.
O anúncio da concessão do parque foi feito no último domingo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou na ocasião ter assinado decreto passando a Administração da área verde à Prefeitura. Porém, ainda não foi definido se a gestão da área verde será compartilhada ou não. O conselho formado por técnicos municipais e o coordenador de Parques Urbanos da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, Joaquim Hornink, ainda não chegou a um consenso de quem ficará a cargo do quê na administração do parque.