Avança a substituição de piso no Cemitério da Saudade

A autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec), responsável pelos cemitérios públicos de Campinas, informou que já foram executados 46% de todo o trabalho de troca e restauração do piso do Cemitério da Saudade. Com investimento de R$ 6,9 milhões, o serviço está sendo executado por uma empresa privada. A expectativa é que a conclusão aconteça em dezembro.

“São três tipos de piso. Na avenida principal do cemitério, temos o piso hidráulico. Depois, temos o piso de pedras portuguesas, e, por fim, o piso intertravado ecológico”, explicou o presidente da Setec, Enrique Lerena.

Parte do piso, cerca de 11 mil metros quadrados, é de pedra portuguesa, patrimônio tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc). Nessas áreas em que há esse estilo de piso, está sendo feita a restauração com a retirada temporária para nivelamento do chão e posterior reaproveitamento das pedras portuguesas.

O cemitério conta com uma área de 181,5 mil metros quadrados e tem mais de 30 mil sepulturas distribuídas em 112 quadras. "A última vez que minha mãe veio aqui teve dificuldades para chegar até o túmulo. Era muito desnível. Eu acho que isso vai ficar muito bom", disse Regina Helena Lanaro, que visita o local em datas simbólicas, como no aniversário do pai.

A obra é a primeira intervenção mais profunda no piso que se faz no cemitério desde a sua fundação, há mais de 143 anos. Antes eram apenas feitos alguns reparos pontuais”, disse Enrique Lerena.

HISTÓRIA Fundado em 1880, após o terreno ser doado à Prefeitura pelo Barão de Itatiba, o Cemitério da Saudade é considerado um dos mais importantes do Brasil por causa da riqueza arquitetônica e da importância das obras de arte localizadas em grande parte dos túmulos. O Cemitério da Saudade é tombado desde 2003 pelo Condepacc.

Ao lado da entrada existe o mausoléu onde estão os restos mortais dos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932, inaugurado em 9 de julho de 1935, projetado por Marcelino Velez. No local estão os restos mortais de personalidades históricas, como Francisco Glicério, Bento Quirino, Hércules Florence, Mário Gatti, entre tantos outros.

SEGURANÇA

No final do ano passado, o Cemitério da Saudade de Campinas também reforçou o sistema de segurança com o início da instalação de 11 câmeras de monitoramento, aumento do número de vigilantes e também com a colocação de uma cerca elétrica em toda a extensão de mais de 180 metros quadrados. De acordo com a Prefeitura, uma das câmeras é especial e permite a visão 360 graus da área. Todas são interligadas ao sistema Monitora Campinas, um programa da Secretaria Municipal de Segurança Pública que tem como objetivo aumentar a capacidade de controle digital do município. Em 2023, o Correio Popular publicou várias reportagens mostrando ocorrências de furtos nos túmulos dos cemitérios e a degradação do local.

O processo de revitalização do Cemitério da Saudade começou no ano passado após a queda de partes do muro durante as chuvas de janeiro e fevereiro. O antigo muro foi demolido e foram construídos 1.076 metros lineares de um novo, com 1,5 metro de altura, e a instalação de gradil com 2 metros, totalizando em média 3,5 metros de altura. Na época, a Prefeitura informou que uma análise técnica apontou a necessidade de reconstrução devido ao desgaste natural, já que ele foi erguido na mesma época de fundação do cemitério, em 1880, e a última reforma ocorreu há mais de 15 anos. Por ser tombado pelo Condepacc, a intervenção teve de ser aprovada pelo órgão.

A remodelação arquitetônica do muro foi executada com recursos próprios do município. Orçada inicialmente em cerca de R$ 3,3 milhões, a obra foi concluída com uma economia de quase R$ 1 milhão, com o custo final de R$ 2,4 milhões.

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