Apenas estudantes no 5º e 9 ºanos podiam ser retidos; com a mudança, os dos 3º, 6º e 9º também poderão repetir
Os cerca de 2,5 milhões de alunos da rede de ensino do Estado de São Paulo terão que se adaptar a partir de 2014 a um novo sistema de progressão continuada. A mudança estabelecida pela Secretaria da Educação do Estado ampliou de dois para três o número de ciclos no Ensino Fundamental, o que significa que a possibilidade de retenção dos estudantes, que acontece hoje apenas no 5º e 9 ºanos, passará a ocorrer no 3º, 6º e 9º ano.Na Região Metropolitana de Campinas (RMC) o novo plano atingirá cerca de 160 mil estudantes. Destes, 79 mil estão em Campinas. A alteração no sistema é amparada por ações, estudo e consultas à rede iniciados em 2011.“O principal objetivo é sanar as dificuldades do aluno com avaliações em períodos mais curtos. O ciclo estava muito longo, o que dificultava na hora de acompanhar a evolução de cada um. A retenção do aluno mais cedo vai permitir que ele saia do Ensino Fundamental melhor preparado. Ele não vai acumular tantas dificuldades. O aluno que é retido passa a frequentar uma classe de reforço no ano seguinte”, explicou Antonio Admir Schiavo, dirigente regional de ensino da Campinas Oeste.Antes da mudança, foram mais de 70 encontros por todo o Estado com a presença do secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, reunindo mais de 20 mil profissionais da rede ao longo dos últimos três anos. As conversas resultaram na elaboração de um documento que serviu de base para a construção do novo plano de ensino.Segundo a secretaria, o projeto foi construído em conjunto com os educadores, a partir da percepção daqueles que conduzem as ações e a rotina escolar na ponta, dentro da sala de aula. “Atender ao pedido dos professores da rede era o principal pré-requisito para a elaboração e implantação de uma nova proposta”, disse Schiavo. Além de ter surgido a partir da criação conjunta com educadores da rede, o novo modelo conta com uma estrutura que permite o acompanhamento permanente dos estudantes, alega a secretaria.Desde 2011, o órgão investiu na criação de novas ferramentas de reforço escolar, como a recuperação nas férias escolares e aos sábados, além das modalidades tradicionais que foram intensificadas.A pasta também criou um comitê pedagógico para visitar as escolas e acompanhar a aplicação do currículo nas séries iniciais, além da ampliação da avaliação diagnóstica para todos os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.A partir do ano que vem, a avaliação diagnóstica da rede estadual ocorrerá ao final de cada bimestre. Com isso, os professores terão um relatório personalizado de aprendizado por aluno e um cardápio de ações focadas em sanar suas principais dificuldades. A ação soma-se ao Saresp, avaliação da rede, não individualizada, que a secretaria realiza anualmente.