Posição foi defendida de forma consensual entre participantes de um evento em Campinas
Prefeito Dário Saadi (à direita) fala durante evento realizado pelo Conselho Municipal de Segurança Pública de Campinas em Campinas (Alessandro Torres)
Tecnologia e integração entre as forças de segurança pública foram temas centrais em um evento realizado pelo Conselho Municipal de Segurança Pública de Campinas (Conseg), que contou com a presença do secretário estadual de segurança pública Guilherme Derrite e de outras autoridades da área. O evento aconteceu na sexta-feira (24) a tarde no Royal Palm Hall e marcou a apresentação do novo Diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter-2) Campinas, delegado Fernando Manoel Bardi. Diversas propostas e deficiências foram apresentadas por representantes que atuam no segmento de segurança pública.
A integração entre as policias e investimento pesado em tecnologia como forma de ampliar o combate à criminalidade dominaram as falas da tribuna. A ideia foi amplamente defendida também em entrevistas concedidas pelas autoridades ao Correio Popular. Eles esperam, em sua maioria, uma interação entre as esferas municipal e estadual para combater a criminalidade no que o secretário Guilherme Derrite aponta como “uma das regiões mais difíceis na questão da segurança”, a Região Metropolitana de Campinas (RMC).
A reunião, primeira promovida pelo Conseg esse ano, foi vitrine para o novo presidente expor suas ideias sobre estratégias a serem adotadas para fortalecer a segurança no município. Arthur Vasconcelos Rezende não titubeou em caminhar pela principal trilha apontada pela maioria para fortificar a segurança, o trabalho coletivo. “A responsabilidade da segurança pública deve ser compartilhada entre Estado e sociedade”, frisou. Para ele, o conselho tem que manter o protagonismo como principal canal para encaminhar as demandas da população ao poder público. “É um importante canal de diálogo e a sociedade civil pode também contribuir com estratégias importantes”.
O conselho aproveitou a solenidade para premiar o prefeito Dário Saadi (Republicanos) com uma honraria por ter disponibilizado a Guarda Municipal (GM) ao Estado para atuação no Litoral Norte. Derrite recebeu a mesma honraria, simbolizada por uma placa. O secretário foi parabenizado, também, pela implementação tecnológica que tem promovido a frente da pasta.
A questão da tecnologia foi enfatizada na fala do titular da segurança, que anunciou uma força tarefa para criar a Muralha Paulista, projeto que quer integrar o monitoramento dos municípios e concentrar informações na secretaria, para que as forças troquem informações. Derrite disse que o estado vai franquear o equipamento necessário para cidades que precisarem.
“A Muralha Paulista é um arcabouço tecnológico que fica fisicamente concentrada em São Paulo, no Centro Integrado de Comando e Controle, que é um órgão da pasta, e nós [ESTADO]vamos fornecer via convênio para os municípios as ferramentas tecnológicas do Detecta, do Cortex, - banco de dados - fazendo uma real integração. Na prática o que acontece? Um veículo roubado em Campinas sai das áreas limítrofes da cidade e a central para de monitorar. Então, eu lá em São Paulo quero e vou monitorar todo o Estado”, disse Derrite.
Questão citada como maior motivação para implemento da tecnologia, o secretário disse que quer evitar o confronto entre policiais e criminosos. “Com tecnologia eu evito troca de tiros. E eu não quero avisar, ter que notificar famílias que perderam seus entes queridos em trabalho” pontuou.
Antes de assumir a gestão da Pasta de Segurança, Derrite atuou como Policial Militar e comandou o Batalhão da Rota. Depois, migrou para o Corpo de Bombeiros, onde ficou até ser eleito para seu primeiro mandato como deputado federal por São Paulo, em 2018.
Em discurso tímido, o novo diretor do Deinter-2 disse que a região tem problemas graves a serem sanados. Ele evitou culpar gestões anteriores; “Tenho problemas gigantes para resolver, mas não menos gigantes é a vontade das forças de enfrentar os problemas. Primeira coisa a fazer é motivar meus policiais, para que eles atuem em favor da população”, declarou Bardi.
Entre as autoridades que formaram a mesa estavam o secretário municipal de segurança pública, Christiano Biggi, o delegado geral de Polícia Civil do Estado, Arthur José Dian, o vereador Major Jaime (PP) - que é presidente do Comissão de Segurança Pública da Câmara - e o deputado federal campineiro Carlos Sampaio (PSDB). Ao Correio Popular, autoridades da metrópole comentaram sobre as questões discutidas durante o evento.
“A questão da Muralha Paulista, da integração, é importante para todo mundo. Super importante e todos os municípios têm a ganhar com isso. É bom para nós da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp) e para o município”, declarou o diretor da Cimcamp, Paulo Campana.
O secretário Biggi disse que a integração já acontece em Campinas e que é uma orientação do Estado. “É uma sinergia que já está acontecendo. A gente tem investido muito em tecnologia, sistemas modernos de inteligência, de vigilância, softwares analíticos, então tudo isso faz parte também da preocupação do município. Entendemos que tudo isso é eficaz contra o crime”.
A comandante Lourdes, da GM, disse que a corporação já lança mão de algumas tecnologias e está pronta para as demais. “Reverbera com um resultado muito importante para a população”, disse sobre a tecnologia. Sobre integração com as demais forças ela se mostrou receptiva e disse que a corporação já atua com demais polícias.