EDUCAÇÃO SUPERIOR

Aumenta número de PcDs matriculados na Unicamp

Neste ano, foram 198 novos alunos com deficiência, contra 150 em 2024

Luiz Felipe Leite/[email protected]
13/05/2025 às 11:12.
Atualizado em 13/05/2025 às 14:12
Alguns prédios da universidade já estão adaptados, como o da Biblioteca Central (Kamá Ribeiro)

Alguns prédios da universidade já estão adaptados, como o da Biblioteca Central (Kamá Ribeiro)

O número de pessoas com deficiência (PcD) matriculados em cursos de graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2025 foi 32% maior em relação à quantidade de estudantes nas mesmas condições e que ingressaram na instituição superior de ensino em 2024. Neste ano, foram 198 novos alunos PcDs, contra 150 no ano passado. Considerando os novos estudantes da universidade e que são PcD, 23 entraram pelo sistema de cotas destinado especificamente a indivíduos com deficiência para ingresso nos cursos de graduação, aprovado em setembro de 2024. A projeção da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) da Unicamp é de que o número de vagas via cota PcD ofertadas no processo seletivo de 2025 aumente para 47 (51,6% a mais do que em 2024, quando 31 vagas foram ofertadas). E que mais 12 cursos, além dos 20 que já ofereceram vagas para novos estudantes no vestibular do ano passado, disponibilizem cotas para pessoas com deficiência. Isso representará uma variação positiva de 60%.

Ainda de acordo com a Comvest, as unidades que não demandam adaptações significativas, como a construção de laboratórios e a aquisição de equipamentos mais complexos, devem incorporar à cota PcD em até dois anos. E em um prazo máximo de até três anos, devem aderir as que exigem algum tipo de adaptação e, em até cinco anos, aquelas que terão de promover adequações mais complicadas.

Segundo o diretor da comissão, José Alves de Freitas Neto, já havia uma expectativa boa em relação à aplicação da cota PcD, e que a adesão de novos cursos neste ano, como Medicina, deverá resultar em mais interesse de pessoas com deficiência. "A aderência de novos cursos tende a gerar uma demanda maior e uma curiosidade maior das PcD, considerando o perfil de cursos existentes. É uma expectativa que ocorre toda vez que há a criação de uma política de ação afirmativa", explicou.

Freitas Neto detalhou ainda sobre o perfil de novos alunos com deficiência que ingressaram neste ano considerando a nova cota. De acordo com ele, a maior parte dos novos estudantes que entraram pelo sistema estão dentro do espectro autista. "O autismo não é uma deficiência propriamente dita. Mas as pessoas com autismo, segundo a legislação federal, possuem os mesmos direitos que os indivíduos PcD".

REGIÃO

A Comvest divulgou outros dados com base no perfil dos 3.467 estudantes de graduação que se matricularam em 2025 na Unicamp. O número total é 0,6% superior ao registrado em 2024, quando 3.445 novos alunos ingressaram na universidade. Na avaliação do diretor da comissão, os números de matriculados nos últimos anos "estão dentro da normalidade". "Temos hoje 3.340 vagas consideradas regulares. Elas foram autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação. As demais são vagas extras, que são aquelas reservadas para pessoas indígenas, por exemplo. E as cotas estão dentro dessas vagas extras. Se o total de matrículas gira em torno de 3.4 mil a 3.5 mil, como acontece nos últimos anos, consideramos que está dentro do esperado", detalhou.

Outro dado classificado como interessante por Freitas Neto diz respeito ao número de ingressantes na graduação vindos de outros estados. Neste ano, foram 407 novos estudantes de fora do território paulista, contra 403 em 2024. "É natural de que a maior parte dos nossos novos alunos na graduação seja da Região Metropolitana de Campinas. Eles apontarem a Unicamp como primeira opção de universidade é natural por causa da proximidade geográfica com as cidades de onde vieram. Mas destaco que estamos tendo cada vez mais a adesão de pessoas de fora do Estado. É algo que observamos desde a retomada da realização do vestibular da Unicamp em nível nacional. Entre 2013 e 2017, a única cidade de fora de São Paulo onde tínhamos a realização do vestibular era Brasília-DF".

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