no são marcos

Ato lembra vítimas de feminicídios

Cerca de 150 pessoas participaram na manhã de ontem, em Campinas, de um ato em memória a Thaís Fernanda Ribeiro, de 21 anos, vítima de feminicídio

Alenita Ramirez
11/07/2019 às 08:24.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:10

Cerca de 150 pessoas participaram na manhã de ontem, em Campinas, de um ato em memória a Thaís Fernanda Ribeiro, de 21 anos, vítima de feminicídio há dois meses. O evento aconteceu na Avenida Aladino Selmi, na entrada do Jardim São Marcos, e contou com a presença de alunos da ONG que Thaís frequentava, da família e de amigos. Houve plantio de flores e árvores, cartazes, faixas em mãos e camisetas com a foto da jovem. “Não é para aparecermos, mas para chamar atenção das autoridades, para que elas pensem em leis mais severas, que ensinem as pessoas a não serem violentas e nem a cometerem crimes contra a mulher. O assassino da minha filha já está preso e sei que ela não volta mais, mas queremos impedir que outras famílias sofram mais por conta de homens que não têm amor”, disse o autônomo Delfino José Ribeiro, de 53 anos, pai de Thaís. O ato foi organizado por Delfino, com apoio do Padre Antônio Alves, da paróquia onde Thais e toda a família frequentavam. “Na quinta-feira passada, acordei com uma voz na minha cabeça que me orientava fazer esse ato. Minha família foi destruída. Eu não vivo mais, mas quero fazer alguma coisa pelas outras famílias”, disse o autônomo, que estuda a implantação de um site, o ThaisVive, para reunir famílias vítimas de feminicídio. “Não queremos dinheiro, apenas salvar vidas. Não queremos lei que punam os agressores, porque depois eles estarão na rua, mais violentos. Queremos leis para inibir outros homens de cometerem esse tipo crime”, explicou. Para a mobilização, o grupo recebeu doação de ao menos 350 mudas de plantas, sendo três palmeiras imperiais, que representam três mulheres que foram assassinadas por companheiros, no bairro ao longo dos anos. O crime Thais foi morta a tiros pelo ex-namorado, na tarde do dia 10 de maio, em um imóvel na Rua Elza Monnerat, na região do CDHU San Martin, em Campinas. Ela conhecia o autor desde criança e havia terminado o namoro com ele dias antes do crime. O assassino não aceitava o fim do relacionamento e no dia chamou a jovem para conversar em sua casa, em uma área de ocupação. De acordo com testemunhas, foram efetuados 11 disparos contra a vítima. Para tentar abafar o som dos tiros, o indivíduo teria aumentado o volume de um som da residência. O rapaz de 23 anos fugiu após o crime e acabou preso na madrugada do dia seguinte, depois de se apresentar em uma base da Polícia Militar (PM), em Santo André. A jovem foi assassinada dois dias após o aniversário. Feminicídio Thaís foi a sétima vítima de feminicídio na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2019. Só no primeiro semestre deste ano, quatro mulheres foram assassinadas em Campinas, vítimas de violência doméstica. Um dos casos, registrado no começo do ano, foi de uma adolescente de 13 anos, Milena Optimara Soares Cardenas, encontrada baleada na casa onde vivia com o companheiro, que foi detido pela PM.

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