LARGO DO ROSÁRIO

Ato em apoio à Mari Ferrer reúne cerca de 500 pessoas

Durante o protesto, os manifestantes percorreram algumas ruas do Centro, como a Conceição e a Barão de Jaguara

Henrique Hein
08/11/2020 às 13:07.
Atualizado em 27/03/2022 às 18:07
Manifestantes protestaram contra a absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de ter estuprado a influenciadora digital Mariana Ferrer (Wagner Souza/AAN)

Manifestantes protestaram contra a absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de ter estuprado a influenciadora digital Mariana Ferrer (Wagner Souza/AAN)

Cerca de 500 pessoas marcaram presença no Largo do Rosário, em Campinas, na manhã deste domingo (08), no protesto contra a absolvição do empresário André Camargo Aranha, acusado de ter estuprado a influenciadora digital Mariana Ferrer em um clube de luxo em Florianópolis, há dois anos. O grupo também se posicionou contra a forma que ela foi tratada durante audiência do processo. Com o tema "Justiça por Mari Ferrer", o evento começou às 10h e foi convocado pelas redes sociais. Durante o ato, os manifestantes percorreram algumas ruas do Centro, como a Conceição e a Barão de Jaguara, com faixas, cartazes e palavras de ordens. O manifesto ainda contou a realização da coreografia “Un violador em tu camino” (Um violador em seu caminho, em espanhol), inspirada no coletivo feminista chileno “Lastesis”. A performance ficou mundialmente conhecida por ter sido executada durante uma manifestação em Santiago, no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, lembrado em 25 de novembro. O ato teve fim por volta das 12h30, com o retorno dos participantes ao Largo do Rosário. O protesto foi organizado pela economista e mestranda em demografia na Unicamp, Bruna Garcia, de 24 anos. Presente no ato, ela disse que a decisão de absolver Aranha foi um tapa na cara de todas as mulheres. “A gente luta pela anulação do processo e por uma causa muito maior, que é o fim da cultura do estupro”, disse ela. “No meio da caminhada a gente ainda foi atacada por moradores de um prédio, que jogaram ovos na gente. Um deles, inclusive, me atingiu”, ressaltou. O caso André Camargo Aranha foi absolvido no dia 9 de setembro pelo juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis. O promotor do caso, Thiago Carriço de Oliveira, argumentou que não houve a intenção do acusado de estuprar a jovem, porque durante o ato sexual ele não tinha como saber que Mariana não estava em condições de consentir a relação. A tese está sendo chamada de "estupro culposo", modalidade que não existe no código penal. Na última terça-feira, imagens divulgadas pelo site The Intercept mostram parte da audiência que inocentou Aranha. Nelas, o advogado de defesa do empresário, Cláudio Gastão da Rosa Filho, exibe cópias de fotos sensuais realizadas por Mariana quando era modelo para reforçar o argumento de que a relação foi consensual e descredibilizá-la.

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