desrespeito

Ato contesta extração de figueira

A extração de uma figueira centenária do Centro de Convivência essa semana chamou mais uma vez a atenção de defensores ambientais na cidade

Rafaela Dias
03/11/2018 às 09:02.
Atualizado em 05/04/2022 às 22:30

A extração de uma figueira centenária do Centro de Convivência essa semana chamou mais uma vez a atenção de defensores ambientais na cidade. Em setembro, o grupo já havia se manifestado sobre a remoção de um mogno de 20 metros de altura, em um condomínio no Cambuí. Um protesto marcado para este domingo, às 10h no Centro de Convivência promete chamar à atenção para o "descaso com a arborização de Campinas" . "Infelizmente, mais uma árvore histórica e protegida da cidade foi cortada, sem a aprovação do órgão de defesa do meio ambiente e patrimônio municipais, Condema e Condepacc, assim como ausência do devido esclarecimento à população. Tendo em vista as arbitrariedades constantemente cometidas e a falta de transparência, vamos protestar contra essa maneira de agir e, exigir a melhoria de atuação do poder público municipal" , afirmou a diretora da ONG Movimento Resgate Cambuí Tereza Penteado. No manifesto chamado de "Chega" pelo grupo, será colocada uma maquete simbólica no local onde a figueira estava. Segundo o Departamento de Parques e Jardins (DPJ), a retirada foi necessária pois a árvore estava morta e apresentava risco de queda devido à baixa resistência a ventos. De acordo com a secretaria de Serviços Públicos, a figueira que estava com um fungo, não é uma espécie nativa, portanto não é ideal para a arborização. No local será plantada uma muda de Jequitibá, de até 3 metros. Mas a justificativa não convenceu a ONG. "Solicitamos a documentação que comprove a necessidade real dessa extração. Temos 10 anos de estudos e um inventário das árvores do Cambuí. Isso deveria ter sido feito pela Prefeitura. Se tivesse uma pesquisa, essa árvore poderia ter sido cuidada a tempo" , explicou a ambientalista. Quanto a espécie não ser ideal, ela discorda. "Além de dar uma sombra muito agradável, ela estava em uma praça. Não vejo problemas" , completou. Os ambientalistas farão uma representação no Ministério Público para investigar a necessidade de extração e a competência da Secretaria de Serviços Públicos para atuar no caso. "Se a Prefeitura tem laudos, porque eles não estão disponíveis? Se estivessem a população não duvidaria das ações do poder público" , afirmou. Segundo a ambientalista, atualmente o bairro tem cerca de 2 mil árvores, mas o ideal seria 8 mil. Mogno A árvore extraída em setembro tinha de cerca de 60 anos e 20 metros de altura. Segundo laudo da engenheira agrônoma Dionete Santin que justificou a ação, em 2006 o mogno tinha uma inclinação de mais de 7,3 graus, época em que possuía 40 centímetros de diâmetro. Em dezembro do ano passado, quando a árvore já tinha mais que o dobro de diâmetro e a inclinação estava em 13 graus, teve início o levantamento do piso. Segundo ela, a inclinação e o encostamento do tronco no recuo da cobertura era preocupante. A árvore que estava na área de lazer do condomínio se estendia sobre os estacionamentos, o que colocava em risco, segundo ela, especialmente no período de chuvas, os moradores e usuários. No documento, Dionete afirmava ainda que a alavancagem produzida por uma possível queda poderia resultar no comprometimento de toda a estrutura do prédio. Os vizinhos do condomínio avaliaram na época que a inclinação poderia ser contida com a construção de um escoramento, mas a engenheira afirmou que não havia garantia de segurança.

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