O secretário de Saúde de Campinas, Cármino Antonio de Souza, admitiu que a rede está "sucateada"
Atendimento ficou comprometido na rede municipal (Cedoc)
O secretário de Saúde de Campinas, Cármino Antonio de Souza, admitiu que a rede pública está “sucateada” e que uma das principais dificuldades no momento é a falta de médicos para trabalhar no serviço de urgência e emergência. Para essa área, houve pouco interesse dos médicos que estão sendo contratados temporariamente pela Prefeitura. A maior parte escolheu vagas no atendimento clínico nos postos de saúde.
Cármino esteve sexta-feira (22) na Comissão de Saúde da Câmara e confirmou que Campinas enfrenta uma situação preocupante. A demissão dos funcionários do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, no começo deste mês, é um dos pontos elencados por ele na lista de maiores problemas a serem superados na sua gestão. Os impactos devem refletir inclusive nas ações voltadas ao combate ao mosquito da dengue e, segundo o secretário, a expectativa é de que o número de casos aumente este ano em relação a 2012. O motivo principal é que, com as demissões, as ações de prevenção ficaram comprometidas.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas também sofre os reflexos da falta de interesse pelos profissionais em trabalhar na emergência. Dos 60 médicos, 20 foram demitidos porque eram contratados por meio de convênio com o Cândido. A maior parte ainda não foi substituída — o número de contratados não foi informado. Os impactos também aparecem nas unidades de pronto atendimento (UPA) espalhados pela cidade, onde há déficit de médicos.
“Há uma tradição na Prefeitura que permite que os profissionais escolham os locais onde querem trabalhar. Mas algumas áreas ficaram descobertas. Vamos fazer um remanejamento para cobrir essa falta de profissionais”, disse o secretário. Na tarde de ontem, Cármino esteve reunido com membros da secretaria para tratar do tema.
Ao todo, 621 funcionários contratados por meio convênio com Cândido o foram demitidos. Eles deixaram suas funções no último dia 13, quando cumpriram o aviso prévio. Para resolver a situação, a Prefeitura abriu 200 vagas temporárias para médicos, mas elas não foram preenchidas por completo. Os funcionários do Cândido trabalhavam em diversas áreas da saúde — desde médicos, enfermeiros até nos departamentos administrativos. Concursos públicos estão abertos e outros que aguardavam ser chamados em seleções passadas estão assumindo suas funções.
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