Assembleia entra no debate da tarifa

Os altos valores praticados pela Azul Linhas Aéreas na comercialização de bilhetes no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas se comparados aos da própria companhia e suas concorrentes em Congonhas e Cumbica, serão debatidos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O deputado estadual Rafa Zimbaldi (PSB), ex-presidente da Câmara Municipal de Campinas, protocolou anteontem um requerimento na Comissão de Defesa dos Direitos dos Consumidores tratando do tema que tem mobilizado usuários da Região Metropolitana de Campinas (RMC). No requerimento, Rafa solicita a presença do presidente da Azul, John Rodgerson, para esclarecer os preços, em suas palavras, “abusivos”. O deputado justifica a convocação tendo em vista — conforme reportagem publicada pelo Correio no último domingo — as constantes reclamações dos passageiros que acabam se deslocando de Campinas e outras cidades da RMC para a Capital e Guarulhos em busca de preços mais baixos. Zimbaldi ressalta ainda que os deputados aprovaram, em junho deste ano, uma lei que reduziu a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do querosene de aviação de 25% para 12%, com o compromisso da redução das tarifas pelas companhias aéreas, além de ampliação dos destinos, geração de emprego e fomento ao turismo. O requerimento será analisado pela Comissão, mas o presidente, deputado Jorge Wilson (PRB), conhecido como “Xerife do Consumidor”, adiantou que dará atenção especial ao documento e que o comitê não se furtará de cumprir o seu papel fiscalizador e cobrar explicações da Azul Linhas Aéreas. “As empresas tiveram o incentivo fiscal para melhorar a qualidade do serviço e das tarifas. Não vamos aceitar cobranças abusivas", comentou Wilson. O deputado assegurou ainda que a Comissão vai trabalhar para que esses valores sejam justificados. “Se não tiver explicação que o valor seja reduzido”, finalizou. Colegiado da RMC Na última terça-feira, em reunião dos prefeitos da RMC, a pauta do colegiado também incluiu a questão das tarifas. Os chefes dos Executivos definiram o assunto como prioritário e prometerem também cobrar explicações da companhia aérea. O tema, aliás, tem tido forte adesão de leitores do Correio e grande repercussão nas redes sociais do jorral. Gol terá 'stopover' nos aeroportos para atrair turistas A Gol Linhas Aéreas passou a oferecer, ontem, o serviço de “stopover” para voos nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos. O anúncio da iniciativa — inédita da companhia no País — foi feito no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e contou com a presença do governador do Estado, João Doria (PSBD), do secretário de Turismo, Vinicius Lummertz, e do presidente da empresa aérea, Paulo Kakinoff. Agora, os passageiros que quiserem fazer uma parada intermediária, sendo São Paulo o ponto de conexão entre os voos, poderão permanecer no Estado, sem custo adicional, por até duas noites. Doria destacou que a ação é uma continuidade do programa São Paulo Pra Todos. “Esse é um programa inédito no Brasil. É uma forma de incentivar o turismo, aumentar a geração de receita para a Capital e Estado, colocando o Brasil e São Paulo no contexto internacional”, declarou. De acordo com Lummertz, o ‘stopover’ é uma forma de criar incentivos, não cobrando valor adicional sobre as passagens aéreas de quem quiser ficar na região por mais dias, inclusive para que tenha a chance de conhecer outros destinos no Estado. “Temos como propósito ser a primeira para todos e com isso nos orgulhamos de sermos a maior companhia de aviação do mercado brasileiro e aquela que democratizou a viagem aérea no País”, afirmou Kakinoff. “Estar ao lado do governo de São Paulo nessa iniciativa inédita também reforça nosso objetivo de proporcionar o melhor serviço e experiência para nossos clientes", completou. O 'stopover' pode ser realizado apenas uma vez, na ida ou na volta, por passageiro e por reserva. É válido para reservas envolvendo voos domésticos ou internacionais operados pela Gol. No ponto de 'stopover', será permitida a participação de somente um aeroporto. Portanto, se o passageiro desembarcar em Congonhas, deverá prosseguir a viagem reembarcando também por lá. No que diz respeito ao tempo mínimo, a parada tem de durar pelo menos 12 horas e o cliente deve pernoitar na cidade, embarcando no dia seguinte. Já o tempo máximo, de duas noites, conta a partir do momento de desembarque no aeroporto de conexão.