RÉU CONFESSO

Assassino de historiador preso leva jeito para ‘serial killer’

Homem detido pela Polícia também é acusado de trucidar idoso com 20 bengaladas na cabeça

Alenita Ramirez/ [email protected]
16/09/2023 às 10:54.
Atualizado em 16/09/2023 às 10:54
Local onde onde o corpo do historiador foi encontrado, próximo à Lagoa do Mingone, no Ouro Verde (Divulgação)

Local onde onde o corpo do historiador foi encontrado, próximo à Lagoa do Mingone, no Ouro Verde (Divulgação)

Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar de Campinas resultou na prisão, na manhã de sexta-feira (15), no bairro Jardim Filadélfia, na região do distrito do Ouro Verde, de um indivíduo de 23 anos que trabalhava como ajudante de vidraceiro. Ele é acusado de ter assassinado a vítima, Gilberto Pereira Schneiker, um historiador de 31 anos, por meio de agressões com pedras no último dia 10. A detenção ocorreu após uma denúncia anônima à corporação. O suspeito, identificado como Kaique Araújo Barboza, confessou o crime, porém alega não ter usado pedras para atacar a vítima.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Rui Pegolo, Barboza não conseguiu fornecer uma justificativa plausível para o crime. Além disso, o suspeito já é réu em outro caso semelhante ocorrido em janeiro de 2021, no qual um idoso de 61 anos foi morto por traumatismo craniano após receber mais de 20 golpes de bengala na cabeça, utilizando o mesmo método. Pegolo solicitou a prisão preventiva de Barboza, considerando-o um perigo para a sociedade.

De acordo com o tenente da Polícia Militar (PM), Murilo Zonella, por volta das 9h, a polícia recebeu uma ligação anônima informando que um homem com as mesmas características do autor do crime contra Schneiker estava em um bar no Jardim Filadélfia. O denunciante forneceu o endereço, e uma equipe policial foi enviada ao local. Recentemente, a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou imagens que mostravam a vítima deixando o bar na companhia do suspeito. "Ele próprio ficou preocupado com as imagens divulgadas e também preocupado com seu pai", comentou o delegado.

Ainda segundo Zonella, o ajudante de vidraceiro foi encontrado nas proximidades de um bar e estava sozinho. Durante a abordagem, ele teria confessado o crime e foi levado, junto com seu pai, para a delegacia especializada.
Conforme as declarações do delegado Pegolo, Barboza afirmou ter apenas chutado a vítima, resultando em sua queda sobre uma pedra e, consequentemente, em ferimentos na cabeça. Ele também alegou que ambos estavam embriagados. No entanto, o delegado destacou que a confissão do suspeito não condiz com a evidência encontrada, especialmente devido à presença de manchas de sangue na pedra e à gravidade dos ferimentos infligidos à vítima. "Vamos mergulhar nas circunstâncias do crime para clarear a motivação. Ele (autor) é extremamente perigoso e, dessa vez, há uma expectativa de que ele permaneça preso seja condenado", comentou.

Devido à prisão não ter ocorrido em flagrante delito, o delegado solicitou à Justiça uma prisão preventiva com duração de 30 dias para o suspeito. No mesmo dia pela manhã, Barboza foi submetido a exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Pegolo afirmou que o caso está praticamente esclarecido, aguardando apenas os resultados de alguns laudos que devem esclarecer a motivação por trás do crime.

DETALHES DO CRIME

O corpo de Schneiker foi descoberto na manhã do dia 10, em uma estrada de terra na Vila Mingone, apresentando evidentes sinais de violência. Foi um morador que, ao caminhar pelo local, fez a descoberta chocante. O cadáver estava oculto sob a vegetação densa, e a testemunha notou uma pedra com manchas de sangue, o que a levou a investigar mais a fundo. Ao explorar o matagal, a testemunha se deparou com o corpo e imediatamente acionou a Guarda Civil Municipal (GM).

Schneiker, que possuía formação em história pela Unicamp, havia saído na noite anterior ao crime para se encontrar com sua mãe em uma lanchonete. Nesse encontro, ele acabou cruzando o caminho do agressor, com quem permaneceu conversando até altas horas da madrugada, deixando o local juntos. A família da vítima suspeita que o crime possa ter motivações homofóbicas, considerando a orientação sexual de Schneiker, que era gay.

De acordo com as informações fornecidas pelo delegado Pegolo, em virtude do assassinato do historiador, o suspeito, o ajudante de vidraceiro, deverá enfrentar acusações de homicídio triplamente qualificado

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