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As tragédias ao longo da história

Campinas registra episódios dramáticos e inesquecíveis quando o assunto é temporal de Verão

Renato Piovesan/AAN
26/01/2019 às 10:11.
Atualizado em 05/04/2022 às 09:29

O histórico de tragédias decorrentes de temporais em Campinas é extenso. Muito antes da forte tempestade de 64 milímetros em cerca de 1h30 que causou a morte de um motociclista de 41 anos na Avenida Princesa d'Oeste e alagou dezenas de ruas e vias da cidade anteontem, o Correio Popular já havia noticiado em 12 de agosto de 1976 uma violenta chuva de granizo que aterrorizou os moradores. Na ocasião, o texto na capa enfatizou que “nunca a população assistiu a tal fenômeno e com tamanha violência como ontem pela manhã, causando sérios transtornos e apreensões” e que “não houve canto da cidade que não mostrasse a passagem de uma das mais violentas chuvas de granizo dos últimos tempos”. Em 3 de janeiro de 1990, o jornal destacou em sua manchete a “chuva do século”. Na ocasião, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) contabilizou 138 milímetros de precipitação em um único dia, o equivalente a 138 litros de água despejados em cada metro quadrado de terreno – mais que o dobro do temporal da última quinta-feira. Como consequência, o então prefeito Jacó Bittar decretou estado de calamidade pública na época. A cidade foi devastada, com desabamento de casas, avenidas afundadas, estradas bloqueadas e cerca de 2,5 mil pessoas desabrigadas. Em fevereiro de 2003, uma forte chuva deixou quatro mortos e 150 desabrigados. Só em uma casa no bairro Parque Imperador, a Guarda Municipal localizou três corpos de vítimas de afogamento: uma criança, uma mulher de 20 anos e um homem de 50 anos. No Jardim Tamoio, uma mulher foi sugada por uma tubulação de esgoto e morreu. Já na Avenida Princesa d'Oeste, a mesma onde ocorreu a morte por afogamento anteontem, um sargento do Corpo de Bombeiros teve parada cardiorrespiratória depois de ajudar a salvar um frentista que foi arrastado pela enchente e estava ilhado na via, mas sobreviveu. Até o saguão do Aeroporto Internacional de Viracopos foi tomado pela água naquela tarde. Outro temporal que traz tristes lembranças à população de Campinas ocorreu no fim de outubro de 2007. Os jovens Matheus Gabriel Bonassa e Luisa Rodrigues de Moraes, ambos com 25 anos, morreram depois que o veículo em que eles estavam foi arrastado pela correnteza de uma enchente na Avenida Orosimbo Maia — Matheus cursava o último ano de Medicina na PUC-Campinas e Luisa era ex-aluna de nutrição da universidade. Mais recentemente, em junho de 2016, uma microexplosão arrasou diversos bairros como Taquaral, São Quirino e Jardim Nossa Auxiliadora, além do Distrito de Sousas. Uma nuvem carregada de ar, água, granizo e acompanhada de ventos intensos que atingiram até 120 km/h, deixou um enorme rastro de estragos em Campinas, com cinco pessoas levemente feridas. Na época, o temporal destruiu parte do telhado do Galleria Shopping e as vitrines de algumas lojas. Ainda houve alagamentos de vias e de veículos, queda de ao menos 120 árvores, desabamentos, destelhamentos de dezenas de casas e interrupção de energia elétrica. No ano seguinte, em novembro de 2017, um corretor de imóveis morreu ao tentar ajudar uma família cujo carro era arrastado pela enxurrada na Avenida Orosimbo Maia. 

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