As promessas de início de conversa

Se eleito, Rafa Zimbaldi (PL), promete economizar R$ 100 milhões nos 100 primeiros dias de governo, com o corte de contratos de secretarias e cargos comissionados e apresentar a ações concretas para a atração de novas empresas. Dário Saadi (Republicanos) promete abrir processo de contratação dos 200 médicos que recomporão o atendimento nos centros de Saúde, congelar a passagem de ônibus e enviar para a Câmara projeto para concluir o plano para revisão do IPTU de galpões que vai atrair indústrias e empresas, entre outras medidas. A partir de 1º de janeiro, o prefeito que será eleito no próximo domingo precisará, logo no 1º dia, estabelecer ações que desenvolverá nos primeiros 100 dias de governo. “Mas vai descobrir que não conseguirá fazer tudo o que prometeu. E descobrirá, também, que precisará deixar de lado a imagem do super herói da campanha, que tinha soluções para as questões cruciais da cidade”, afirma o economista e consultor em gestão pública, Rodrigo Alencar. Será tempo, diz, de adotar medidas amargas, como corte de cargos comissionados, alterar a estrutura administrativa, priorizar as promessas de campanha e tomar um choque de realidade. Para o especialista em direito administrativo e professor da Universidade Mackenzie, André Laubenstein, o eleito terá que dar um choque de gestão logo nos primeiros meses de governo, para enfrentar a crise nas finanças, que já vinha desde 2014, e que se agravou com a pandemia. “O poder publico vive de tributos e mesmo que haja uma retomada da economia, a arrecadação de IPTU não vai crescer. Mas com o ISS e ITBI, cuja arrecadação é atrelada à atividade econômica, pode ter crescimento”, afirma. Para ele, é aconselhável que o eleito faça um benchmarking para olhar experiências que foram bem sucedidas por prefeitos na gestão pública e aplicar na cidade. Os desafios, diz, serão muitos, entre eles o enfrentamento da pressão na Educação e Saúde que virá como resultado da pandemia, onde muitas pessoas migraram da escola pública para a particular, e também perderam planos de saúde, e que já está gerando alta demanda no Sistema Único de Saúde (SUS). O principal desafio, porémto, segundo Laubenstein, será resgatar a confiança da população e das empresas. “Há muita gente com disposição para investir e só fará isso se sentir que há um clima seguro para os negócios e regras claras”, afirmou. Candidato do PL: economia de R$ 100 mi Rafa Zimbaldi (PL) “Nossa principal meta é economizar R$ 100 milhões nos 100 primeiros dias de governo. Algo possível de ser feito e que vai ajudar diretamente a população de Campinas, que espera por um novo modelo de gestão, mais eficiente, ágil e moderno. Revisão de contratos, cortar secretárias, carros oficiais, telefones corporativos, gastos desnecessários em diversas áreas são alguns dos pontos que tornam possíveis essa meta. A nova licitação do transporte público, que vai exigir ônibus mais modernos, confortáveis, com ar-condicionado e wi-fi, também fará parte das medidas de uso responsável do dinheiro público. Vamos exigir que a frota seja ampliada nas linhas de maior demanda e que os horários sejam cumpridos. Também vamos congelar o preço da tarifa, a mais cara do Brasil. As pessoas sofrem no seu dia a dia e ainda pagam caro por isso. Essa economia de R$ 100 milhões, que pode ser ainda maior, será revertida em investimentos em áreas fundamentais, como Saúde, Educação, Transporte, Infraestrutura e Assistência Social. Campinas tem dinheiro, o que não teve nos últimos oitos anos foi planejamento para trabalhar nos pontos fundamentais para a cidade. Ainda vamos implantar o Cartão Saúde e zerar as filas de exames e consultas em um prazo máximo de 180 dias. Vamos iniciar convênios com as escolas particulares para, logo de início, reduzir de forma contundente o déficit de vagas em creches. Ainda no campo da Educação, vamos implantar o Projeto Saúde nas Escolas, com 19 equipes multidisciplinares com médicos, dentistas, psicólogos e enfermeiros. Esse trabalho de prevenção significa que nossas crianças serão atendidas e respeitadas de verdade a partir de agora”. Saadi planeja contratação de 200 médicos Saadi (Republicanos) “Os 100 dias de governo mostram o caminho que o prefeito vai seguir e, no meu caso, os 100 dias serão coerentes com os compromissos que estamos assumindo com a população de Campinas. Pretendo iniciar as primeiras entregas da nossa gestão com ações para retomada da economia e na saúde. Vou abrir o processo de contratação dos 200 médicos que irão recompor o atendimento nos Postos de Saúde e preparar a implantação da Telemedicina. Faremos o acordo com a associação dona da área onde funcionava o Hospital Metropolitano para implantar com rapidez o Hospital Mario Gattinho e, também, montar a licitação para construção do Hospital da Mulher. Quero incentivar o emprego e vou levar à Câmara uma lei para estimular projetos de construção civil no entorno das estações do BRT e concluir o plano para revisão do IPTU de galpões que vai atrair industriais e empresas. Vou concluir o BRT nos 100 primeiros dias, congelar a passagem e destravar a licitação para a nova empresa que vai operar o sistema de ônibus, com frota moderna e mais ônibus nas regiões que precisam. Na educação, o Plantão da Educação para alunos da rede municipal vai recuperar o aprendizado perdido durante a pandemia e não deixar nenhuma criança para trás. Também começar a contratação de vagas na rede privada e, se funcionar como queremos, ampliar. Na segurança, a Secretaria vai começar a contratação de mais 100 Guardas Municipais para a corporação e iniciar a ampliação do o número de câmaras inteligentes na central de monitoramento.