H1N1

Artur Nogueira apura morte por gripe suína

Vítima é um homem de 55 anos que estava internado em estado grave na cidade; enfermeira que o atendeu foi isolada

Gustavo Abdel
11/05/2015 às 22:09.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:59

Um homem de 55 anos morreu sob forte suspeita de gripe suína (H1N1) na madrugada de domingo (10), em Artur Nogueira. O autônomo Dorival Henrique Camilo estava internado desde a última terça-feira (5) no Hospital Bom Samaritano em estado grave, mas não resistiu e morreu cinco dias depois, por volta da 1h. Segundo funcionários do hospital, uma enfermeira que teve contato direto com o paciente permanece em uma área isolada do hospital com possível quadro da doença, mas a diretoria não confirmou. Quatro funcionários da funerária que tiveram contato com o corpo estão em observação. A funerária, entretanto, informou que não foi informada que se tratava de uma possível vítima de gripe suína, doença altamente contagiosa, e somente após contato com o corpo o hospital passou a informação. Camilo foi diagnosticado há duas semanas com pneumonia, mas apesar dos medicamentos prescritos, a falta de ar não melhorava. Segundo a esposa do autônomo, Maria Cristina Cornélio Camilo, de 59 anos, na última terça-feira ele voltou ao Pronto Socorro do Bom Samaritano com as injeções que seriam aplicadas e com o exame de raio X e eletrocardiograma, mas Camilo precisou ser internado às pressas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “A cada exame o pulmão dele ficava mais comprometido. A proporção da doença aumentava e ele não conseguia respirar”, disse a mulher. A gripe Influenza A (H1N1) tem sintomas parecidos com os da gripe comum e a transmissão também ocorre da mesma forma. O problema é que ela pode levar a complicações de saúde muito graves. Maria Cristina não se lembra a data em que o marido começou a apresentar os primeiros sintomas, pois Camilo viajava muito para entregar iogurte na região. Segundo ela, o marido era fumante e há um ano tinha tido pneumonia, que ela acredita não ter sido curada 100%. Com a gripe recente, o pulmão de Camilo ficou muito debilitado. Ele deixou dois filhos e seu sepultamento ocorreu no domingo, no cemitério de Artur Nogueira. Todos da família precisaram tomar vacina contra gripe. A funerária JS, responsável pelo sepultamento, confirmou que quatro funcionários foram vacinados na manhã de ontem. “O aviso sobre a causa da morte foi feito somente após a remoção do corpo”, relatou uma das funcionárias da funerária. O caixão precisou ser lacrado. O diretor-clínico do Hospital Bom Samaritano, Zildomar Deucher, disse que o paciente estava com uma “forte suspeita” de quadro de gripe suína, e os exames foram encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo — o resultado oficial será rinformado em até 30 dias. “A princípio parecia que o quadro do paciente ia evoluir para a melhora, mas foi piorando mesmo após receber drogas de suporte à vida”, explicou Deucher. O diretor, entretanto, não confirmou a internação de uma das enfermeiras, mas relatou que “todos os enfermeiros estão sendo acompanhados”. “Todos os profissionais utilizam roupas adequadas para tratar de pacientes nessas condições”, afirmou. Sobre a falta de aviso aos funcionários da funerária, o diretor disse desconhecer a informação. Anteriormente, a gripe era chamada de suína porque um teste de laboratório mostrou que muitos dos genes do novo vírus eram semelhantes ao vírus influenza, que normalmente é encontrado nos porcos da América do Norte. Porém, um estudo mais recente mostrou que o novo vírus é bem diferente daquele que normalmente circula entre os porcos norte-americanos. A nova gripe contém material genético dos vírus humanos, de aves e suínos.

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