empregabilidade

Área de tecnologia cria mais empregos na região

Dentre as dez carreiras do Ensino Superior que mais geraram postos de trabalho na região de Campinas em 2019, metade está ligada à área da tecnologia

Daniel de Camargo
08/03/2020 às 01:22.
Atualizado em 29/03/2022 às 18:37

Dentre as dez carreiras do Ensino Superior que mais geraram postos de trabalho na região de Campinas em 2019, metade está ligada à área da tecnologia. Segundo levantamento realizado com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia pela plataforma Quero Bolsa, que conecta alunos a instituições de ensino e oferece vagas e bolsas de estudo para diversos cursos e capacitações, a liderança do ranking ficou com a ocupação de analista de suporte computacional, responsável por 128 novas vagas. Para exercer a função com salário médio, de acordo com o estudo, de cerca de R$ 3,6 mil, é necessária a graduação em ciência da computação ou análise e desenvolvimento de sistemas.  A lista de atividades que mais criaram empregos segue com: analista de redes e de comunicação de dados (115), farmacêutico (106), enfermeiro (104), analista de pesquisa de mercado (108), analista de negócios (80), analista de desenvolvimento de sistemas (57), analista de recursos humanos (53), assistente social (46), fisioterapeuta geral (30). Para chegar ao resultado, foi subtraído o número de demissões do total de contratações, obtendo assim o saldo. Isso significa que o novo funcionário não veio apenas para preencher a lacuna de um antigo e sim que um novo posto foi criado. Ao todo, foram 3.175 novas vagas de Ensino Superior no Estado, em 2019. Diretor de Ensino Superior do Quero Bolsa, Lucas Gomes afirma que as carreiras ligadas à tecnologia têm maior facilidade de inserção no mercado de trabalho e remunerações acima da média dos brasileiros. Isso justifica, destaca, o crescimento da procura por graduações ligadas à essa área nos últimos anos, conforme dados da plataforma. Analista Para o diretor da Faculdade de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, Izaías de Carvalho Borges, três aspectos precisam ser considerados para justificar a proliferação de novos postos de trabalhos vinculados à tecnologia. O primeiro, é que se trata de uma tendência nacional percebida nos últimos três anos. A valorização desse profissional, elucida, está atrelada a uma necessidade cada vez maior das empresas de ter um colaborador capaz de transformar dados em informações para uma tomada de decisão mais assertiva. Essa área do conhecimento é conhecida como Big Data (grandes dados, em tradução livre). "Não é fácil achar esse profissional", assegura. Isso, aponta, é um reflexo da 4ª revolução industrial. No caso, a instituição de fábricas inteligentes, ou seja, com estruturas modulares e sistemas cibernéticos que monitoram os processos físicos. O segundo ponto a ser analisado é que o Brasil atravessa uma crise econômica. Por isso, muitas corporações investem em restruturação para, deste modo, estar aptas a ingressar e competir em novos mercados. Para tal, quase que indispensavelmente, exigisse uma modernização tecnológica e a contratação de profissionais ligados à essa área. O terceiro refere-se a uma característica da região de Campinas, dotada de universidades renomadas e grande quantidade de empresas, centros e institutos de tecnologia. Sobre as demais profissões listadas no ranking, Borges afirma que as ligadas a prestação de serviços pessoais, como enfermeiro, corroboram um estudo que será divulgado, em breve, pelo Observatório da PUC-Campinas, que vai mostrar que a Saúde é o único segmento que não deixou de crescer durante a crise na região. Pelo contrário, houve o crescimento no número de empresas. O economista diz que o fato é amparado na boa estrutura de ensino para o setor com pelo menos três universidades de ponta em Campinas, ao envelhecimento da população e ao fenômeno da terceirização, que implicou na criação de novas firmas. Retomada Sobre a economia nacional, Borges analisa que 2019 foi ligeiramente melhor que 2018. E que, o começo deste ano, já apresenta sinais de recuperação, inclusive no mercado de trabalho. A sequência de 2020 e seu resultado final, entretanto, permanecem uma incógnita. Hoje, o risco de uma epidemia do Covid-19, a incerteza sobre a continuidade de Paulo Guedes como ministro da Economia e as eleições municipais de outubro, podem desacelerar ou comprometer a extensão da retomada. Além disso, acrescentou que "o conflito entre o presidente e o Congresso deixam os empresários receosos quanto as reformas".

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