EM CAMPINAS

Arcebispo determina suspensão de missas

Sacramentos como casamentos e batizados, que costumam ocorrer nos finais de semana, e que já estavam marcados, serão mantidos para evitar transtornos

Da Agência Anhanguera
14/03/2020 às 12:11.
Atualizado em 29/03/2022 às 17:50

O arcebispo de Campinas D. João Inácio Müller determinou, na manhã de ontem, a suspensão das missas em Campinas por tempo indeterminado, como medida preventiva contra a propagação do coronavírus. Na noite de sexta-feira ele chegou a divulgar nota informando que as igrejas seriam mantidas abertas e com celebrações. Na manhã de ontem, no entanto, após reunião com o advogado da Arquidiocese, decidiu cancelar as missas, atendendo determinação da Secretaria de Saúde. As igrejas, no entanto, permanecerão abertas. Sacramentos como casamentos e batizados, que costumam ocorrer nos finais de semana, e que já estavam marcados, serão mantidos para evitar transtornos às famílias. D. João Inácio pede, no entanto, para que sejam evitadas aglomerações. Da mesma forma, os padres deverão continuar celebrando missas, não de forma pública, mas de forma privada, como os sacerdotes são recomendamos pela Igreja a fazer. Pediu também que as igrejas sejam mantidas abertas para as pessoas poderem entrar e fazer suas orações.Em um áudio distribuído ontem, o arcebispo pediu que seja usado o bom senso. "Nada de nos apavorarmos demais, porque anda não estamos com epidemia em Campinas , mas exatamente estamos buscando evitar tudo isso. Pelas notícias que temos, nos locais onde medidas como essas foram adotadas, o resultado foi maior", afirmou.Algumas horas depois do anúncio do arcebispo, surgiu uma voz discordante. O presidente do Guarani, Ricardo Moisés, disse em entrevista coletiva convocada às pressas, que não concordava com a decisão da Prefeitura, que na noite de sexta-feira, decidiu suspender todos os eventos que gerassem grandes aglomerações e determinou que o clássico entre Guarani e Ponte Preta marcado para amanhã, seja disputado com portões fechados."O secretário de Saúde (Cármino de Souza) baixou uma portaria proibindo a presença da torcida bugrina no dérbi. Isso iniciou-se com uma manobra política da diretoria do time de cima", disse ele, referindo-se à Ponte.Moisés disse que ainda ontem, iria recorrer à Justiça para levantar a suspensão. O dirigente chegou a dizer que ao menos 10 mil torcedores estarão na entrada principal do estádio Brinco de Ouro amanhã e prevê até mesmo que haverá problemas de segurança. A diretoria da Ponte reagiu. "Coronavírus e saúde pública são assuntos sérios, que estão mobilizando o mundo, e não devem ser utilizados de maneira inconsequente para provocações. Dérbi se ganha dentro de campo e não com teorias infantis", disse Sebastião Arcanjo, presidente da Ponte Preta.A Prefeitura se pronunciou em nota. “A Prefeitura lamenta as afirmações. Reitera que tomou a decisão com base em informações técnicas, referentes a uma pandemia mundial e que sua preocupação é com a saúde da população. E que a decisão não se refere apenas ao dérbi, mas, sim, a diversos outros eventos públicos com grande aglomeração de pessoas”, afirmou.Outros cancelamentos A PUC-Campinas também anunciou ontem, que vai suspender as atividades acadêmicas a partir de amanhã. A restrição deverá se estender até o dia 21. A regra vale para os cursos de graduação, pós-graduação e extensão. Haverá, no entanto, exceções para estudantes de cursos ligados à área da saúde, como Medicina, Enfermagem e outros. A Unicamp e várias outras universidades da cidade - como Mackenzie, Facamp e São Leopoldo Mandic já haviam anunciado a suspensão de atividades. Campinas tem o registro de um caso confirmado de contaminação e monitora outros 35 casos suspeitos, segundo informe da secretaria municipal de saúde atualizado ontem à tarde. O caso confirmado é de uma estudante do 4º ano de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic. Ela está em isolamento domiciliar em São Paulo, onde moram os pais e passa bem. A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Andrea Von Zuben, disse que, por conta desse primeiro caso, outras 130 pessoas estão em isolamento compulsório. No final da tarde de sexta-feira o secretário de Saúde, Cármino de Souza, determinou a suspensão de todos os eventos culturais, esportivos e religiosos, que envolvam grandes aglomerações. Os concertos da Orquestra Sinfônica também estão cancelados.A Secretaria de Estado da Saúde registrou ontem, 65 casos confirmados do novo coronavírus no Estado Destes, 62 residem na Capital, 1 em Santana do Parnaíba, 1 em Ferraz de Vasconcelos e 1 em Carapicuíba. O Estado também registra 752 casos suspeitos.Amanhã deverá começa a suspensão gradual de aulas na rede estadual de ensino. Medida vai atingir 3,5 milhões de alunos.

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