Tenente-Coronel Marci está indo para a reserva, depois de comandar Batalhão de Ações Especiais
Marci Elber Maciel Rezende da Silva: "O Baep tem um trabalho importante no combate ao crime organizado" (Divulgação)
O tenente-coronel Marci Elber Maciel Rezende da Silva, de 50 anos, deixou anteontem o comando do 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) de Campinas, onde estava à frente desde março do ano passado. Marci, como é conhecido, foi para a reserva. A aposentadoria foi publicada ontem, no Diário Oficial. Com a saída do tenente-coronel Marci, assume interinamente o major Fagner Alexandre Pompiani, que é subcomandante do Baep. No ano passado, Pompiani também assumiu o batalhão por dois meses, após a saída do coronel Nelson Vicente Coelho, que também foi para a reserva. Ainda não há nenhuma nomeação para titular do comando. “Eu indiquei Pompiani para o cargo, mas agora temos que esperar sua promoção, que deve sair até agosto”, disse Marci. O tenente-coronel começou a carreira na Polícia Militar aos 15 anos, quando ingressou na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Ele se formou em 1988 como aspirante e seguiu para o 11º Batalhão da Polícia Militar Metropolitana (BPM/M), em São Paulo, onde ficou até 1992. Já no cargo de 1º tenente, Marci foi transferido para o 26º BPM/I, que funcionava no mesmo prédio do 8º batalhão, no Bonfim. Lá ficou até 1995, quando foi convidado a assumir o comando das Ações Táticas de Campinas (Atac) no já formado 35º Batalhão. “Tivemos várias ocorrências quando estava no Atac, dentre elas o resgate de 23 reféns da Casa de Detenção de Hortolândia, em 1995. Foi uma ação conjunta com o Gate de São Paulo, pelotões de choque de Campinas. Três presos morreram por resistência e três reféns foram mortos pelos criminosos antes da nossa chegada”, contou o tenente-coronel Marci. Em 2002, o tenente-coronel foi promovido a capitão e comandou a 2ª Companhia de Choque. Marci foi um dos fundadores do 47º BPM/I. Em 2004 pediu transferência para Itatiba, mas voltou a Campinas em 2006. “Eu queria ter a experiência em uma cidade destacada, pois sempre trabalhei em Campinas. Queria trabalhar fora e foi uma experiência boa. No período que fiquei na 2ª Cia do 49º BPM/I, houve os ataques do PCC e minha companhia foi a única no Estado que passou ilesa”, disse o oficial. Outros projetos Em 2008, foi promovido a major. Ele passou pelo Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2), comando do 35º e depois ao Baep, onde também esteve à frente de grandes operações, entre as quais as denúncias de desvio de verbas no Hospital Ouro Verde, do Derbi e do protesto nacional dos caminhoneiros. “Foi muito bacana tudo o que fiz na minha carreira. No Baep havia muitas operações grandes. O Baep tem um trabalho importante e forte com outras forças policiais e isso é muito bom para o combate do crime organizado e de quadrilhas”, disse o tenente-coronel, que também esteve à frente de vários movimentos, inclusive foi um dos incentivadores da Lei do Pancadão, de fiscalização na região de Barão Geraldo, para coibir arruaças na época do Carnaval. “Agora, vou descansar, cuidar da saúde e da família. Depois volto com outros projetos”, frisou Marci. Para ele, a operação mais tranquila foi a do dérbi, que ocorreu um mês antes de sua aposentadoria.