INDAIATUBA

Aposentado de 85 anos mata genro e fere filha

Fernando Fantini usou marreta e facas para desferir os golpes fulminantes a Silva, de 43 anos

Alenita Ramirez
26/07/2019 às 22:31.
Atualizado em 30/03/2022 às 22:07

Um crime macabro chocou os moradores do Jardim Morada do Sol, em Indaiatuba, na noite da última quinta-feira. Um homem de 43 anos foi morto com golpes de marreta e facas e a mulher dele, de 50 anos, também foi atacada com o mesma crueldade, mas foi socorrida ainda com vida e está internada em estado grave no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc). O principal suspeito é o pai da mulher, um aposentado de 85 anos, que foi preso em flagrante por homicídio e tentativa de feminicídio. Segundo a Polícia Civil, Fernando Fantini, que usa bengala, também já foi acusado de assassinato da mulher dele, em 2012. No entanto, o processo foi arquivado em fevereiro deste ano por falta de provas. O casal foi atacado na residência da família, na Rua Lauta Fachini Tomazeto, por volta das 21h30. Airton da Silva levou golpes de marreta na cabeça e uma facada no pescoço e morreu no local. A filha do acusado, Roselina Fantini da Silva, também levou golpes na cabeça e pescoço, mas foi socorrida e levada pelo resgate ao Haoc, onde passou por cirurgia e segue internada com risco de morte. Também estava no imóvel, o filho de Airton, um operador de máquinas de 22 anos, que alega que estava dormindo e acordou com barulhos. Ele foi detido, mas liberado após depoimentos. A tragédia teria sido motivada pelo uso do carro do aposentado, segundo apurou a polícia. Airton teria usado o carro, um Palio, sem a autorização. Aliado a esse fato, o idoso já nutria um sentimento de rancor em relação ao genro, que o acusava de ter matado a mulher dele. O corpo do casal foi achado na sala. Roselina agonizava sobre o corpo do marido. Como Airton tinha um físico forte, a polícia acredita que o idoso o surpreendeu pelas costas. O homem jogava videogame quando levou a marretada na cabeça. Em seguida foi golpeado com a faca no pescoço. Supostamente Roselina foi socorrer o marido e também foi atacada no mesmo modo. Confusão mental O idoso usava cueca e camiseta quando foi encontrado pelos policiais e alegava que ladrões tinham invadido o imóvel e atacado o casal. As armas usadas no crime – faca e marreta - foram achadas na pia do banheiro e no quarto do idoso, respectivamente. O jovem alegou para a polícia que dormia em um pequeno quarto nos fundos do imóvel, quando ouviu barulhos, saiu para verificar e deparou com a cena de terror na sala. O idoso, com sangue nas mãos, teria tentado impedi-lo de ver o pai morto, mas o rapaz teria corrido até o corpo e tentado reanimação, sem sucesso. Depois, empurrou o idoso, correu para fora e trancou a casa como forma de impedir a saída do idoso, e gritou por socorro. “Eu tinha acabado de chegar da igreja e só ouvi gritos de socorro. Eu nunca os vi brigando. A mulher fazia de tudo para o pai”, contou o pedreiro José Lailton Gomes, de 60 anos. “Estamos chocados. Não dá para acreditar no que aconteceu”, completou. O idoso morava com a filha havia seis anos, após a mulher dele ser assassinada no mesmo modo que o casal foi atacado. A casa era do casal e o jovem teria ido morar com o pai, há, pelo menos, três anos, para ajudá-los na construção do imóvel. Ele alegou que tanto ele como o pai tinham medo do idoso, já que o aposentado apresentava transtornos e fazia dramatizações para a filha, que não acreditava que o pai teria matado a mãe dela. A tese do idoso de invasão de criminosos foi derrubada pela Polícia Civil, após vizinhos comentarem que o aposentado havia cometido o mesmo crime e também um investigador que estava no plantão, lembrar do crime de 2012. Segundo a polícia, o idoso nega todos crimes. Ele passou por audiência de custódia na manhã de ontem e foi mantida sua prisão preventiva.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por