Movimento de veículos na Avenida Makenzie, acesso à Rodovia D. Pedro: vítimas foram abordadas nessa área (Kamá Ribeiro)
Mãe e filha, de 52 e 14 anos, foram sequestradas e mantidas em um cativeiro na noite de domingo (24), em Campinas. Elas foram resgatadas pela Polícia Militar (PM) depois de quase uma hora sob o domínio dos sequestradores, no Bairro Jd. do Lago. Houve confronto com os agentes e um dos criminosos morreu. Outras duas pessoas acabaram presas.
As duas vítimas haviam ido ao cinema do Shopping Iguatemi. Quando retornavam, dentro de um veículo Mini Cooper, pela Avenida Mackenzie, elas tiveram o veículo fechado pelos sequestradores, próximo ao trevo da Leroy Merlin. A polícia não detalhou como ocorreu a ação dos bandidos, mas, nesse momento, mãe e filha foram separadas e conduzidas até um cativeiro, onde se reencontraram.
Segundo o delegado Fernando Sanches, no local, os criminosos tentaram realizar transferências via PIX para suas contas bancárias, mas como não conseguiram, passaram a pressionar o marido da vítima a pagar a quantia de R$ 30 mil pelo resgate.
As duas permaneceram com os suspeitos por cerca de uma hora, sofrendo pressão e terror psicológico.
Com a insistência do resgate, a Polícia Militar foi acionada e conseguiu identificar o local do cativeiro, com o apoio de uma denúncia anônima.
Os criminosos estavam armados com um revólver 38 e uma espingarda calibre 22. Como um deles resistiu à ordem para se entregar, foi iniciado um confronto. Ele morreu na troca de tiros. Outras duas pessoas foram presas.
A dupla já tinha passagem pela polícia, sendo um deles por homicídio e ocultação de cadáver. O homem que morreu não teve o corpo identificado até o fechamento desta reportagem.
Os carros usados para levar as vítimas até o cativeiro foram apreendidos. Um veículo modelo Hyundai HB20, que também foi roubado e usado para levar a mãe da adolescente até o cativeiro, havia sido flagrado com os criminosos na região do Swiss Park, onde haviam tentado praticar o mesmo crime.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia Seccional de Campinas. De acordo com o delegado, ele tem uma ampla classificação, sendo registrado como roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição da liberdade da vítima e emprego da arma de fogo, extorsão qualificada pelo concurso de pessoas e extorsão mediante sequestro. Juntos, todos esses crimes somam mais de 50 anos de reclusão.
Crimes de sequestros
Campinas, que já foi uma cidade com alta incidência em casos de sequestros, tem visto uma queda nesse indicador. De acordo com a Delegacia Especializada Antissequestro de Campinas, o que se tem registrado no município são sequestros-relâmpagos e roubos com detenção da vítima.
Nesse tipo de delito, os criminosos ficam com a vítima por um curto espaço de tempo, utilizando-se dos cartões bancários dela para efetuar saques e reter os valores, ou mesmo para realizar compras. Nesses casos, as vítimas são liberadas depois.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil do município realizou uma ação contra sequestros-relâmpagos. A operação foi deflagrada após a Delegacia de Investigações Gerais receber uma denúncia de que um grupo estaria planejando executar o crime.
Assim como o caso registrado na noite de domingo, na época, o crime seria praticado na região de um shopping, em Campinas.
Os policiais foram em busca dos suspeitos no bairro Parque Oziel, próximo à Rodovia Santos Dumont, onde visualizaram um veículo usado pelo grupo, iniciando uma perseguição.
Na abordagem, os bandidos reagiram com disparos e um homem de 20 anos, suspeito de chefiar o bando, foi atingido na orelha. Outro acusado, de 19 anos, foi baleado no peito quando tentava fugir do automóvel. Uma terceira pessoa conseguiu correr, mas foi capturada na sequência.